Temporada de manutenção de barcos movimenta a economia brasileira
Após crescimento de 20% em vendas de embarcações de esporte e recreio em 2020 e com mais de 900 mil embarcações navegando no Brasil, segundo a Associação Brasileira de Construção de Barcos e Implementos, o mercado náutico segue em expansão em 2021, com reflexos para demanda por vagas em marinas, produtos náuticos e prestadores de serviços.
Pra se ter ideia, estima-se que cada instalação de apoio náutico com 300 embarcações pode gerar mais de R$ 141 milhões pra economia local e garante 780 postos de trabalho, segundo estudo da Acobar encomendado pela Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Ciência, Tecnologia e Inovação do Estado de São Paulo.
Conhecida pelo turismo náutico e maior produtora de embarcações de lazer do Brasil, Santa Catarina já sente os reflexos do aumento em vendas de barcos. Uma das principais estruturas náuticas da região Sul, a Marina Itajaí, no litoral norte do Estado, já recebeu quase 300 embarcações para reparos em 2021.
“A Marina Itajaí se tornou referência não apenas como local pra ancoragem e lazer, mas também em termos de estrutura para manutenções de embarcações. Um dos diferenciais é que somos os únicos no Sul do país com equipamentos de alta tecnologia pra movimentação de barcos com até 75 toneladas e com pátio capaz de receber 11 embarcações de 85 pés ao mesmo tempo. Outra vantagem é que a cidade possui mão de obra qualificada e cada vez mais as empresas estão se especializando. E por isso Itajaí tem se tornado um polo náutico referência em todos os setores”, diz Natasha Secchi, gerente comercial da Marina Itajaí.
CATARINA NÁUTICA – Outra empresa que já identifica incremento em vendas devido à alta demanda por insumos na construção e manutenção de embarcações é a Catarina Náutica, uma das maiores revendedoras e distribuidoras de suprimentos náuticos. Ela estima aumentar em 25% as vendas de resinas, tintas, selantes e produtos de construção e reparo de barcos, bem como equipamentos eletrônicos de navegação, ancoragem e salvatagem.
“Como a venda de barcos novos e usados está muito aquecida no Brasil, esse é um comportamento esperado. Para atendermos esse reflexo significativo pra toda a cadeia náutica, recentemente investimos cerca de R$ 350 mil na inauguração de um shopping náutico em Itajaí, além de contratação de mão de obra e de um laboratório de colorimetria da Sikkens – AkzoNobel capaz de escanear com precisão mais de 2 milhões de cores na base de dados pra análise da pigmentação e repintura correta da embarcação. E planejamos expandir ainda mais com a estruturação de centros de relacionamento com clientes em marinas”, ressalta Roberto Deschamps, diretor da Catarina Náutica.
O argentino Eduardo Bonfante, de 48 anos, proprietário do veleiro Oca, é um dos velejadores que optou por erguer o barco e fazer a reforma da sua embarcação em Santa Catarina. “Comprei um veleiro Bavaria de 40 pés e escolhi a Marina Itajaí pela sua infraestrutura. Meu barco foi pra pintura do fundo e ficou cerca de 12 dias fora da água para reparos. Outro ponto positivo é a facilidade de encontrar mão de obra e produtos específicos para náutica desde lixas, tintas e pinceis até correntes de âncora, vasos elétricos, entre outros, através da Catarina Náutica, que fica bem perto da marina”, explica.