Carros

Nissan Leaf: testei e gostei

Mindset. Nunca ouvi tanto essa palavra quanto no evento de apresentação do Nissan Leaf, antes de ir testá-lo por dois dias num roteiro de aproximadamente 300 quilômetros que saía de Brasília (DF) até Pirenópolis, no interior de Goiás, voltando no outro dia realizando o mesmo trajeto.

Em tradução literal, a palavra inglesa ‘Mindset’ significa “programação da mente”, mas na explicação da Nissan ela também significa “pensar fora da caixa”, principalmente em relação ao seu veículo 100% elétrico Leaf, que já tem quase 500 unidades comercializadas no Brasil e que vem dando bons frutos depois da parceria com a locadora Movida, que já possui mais de 150 unidades disponíveis para alugar em todo o território nacional.

Após pernoitar em Brasília (DF), saí de manhã cedo em direção à concessionária Nissan Premier, onde conheci as instalações exclusivas que lhe dão assistência técnica e onde aconteceu a apresentação do Leaf e um briefing de como seria o teste.

Na hora de escolher o meu Leaf (número 33 – esse branco aí da foto acima), reparei em como ele é atraente, diferenciado e aerodinâmico – o que se mostrou eficiente na estrada, por permitir que rode mais com uma única carga de bateria, graças ao menor arrasto de ar e por estar mais perto do chão.

Ao entrar no Leaf, vi que ele possui o padrão de qualidade Nissan no que diz respeito a acabamento e equipamentos de série, incluindo até quadro de instrumentos completamente digital.

Mas não gostei dele ter só uma entrada USB, que estava sendo usada num smartphone pra transmitir o GPS no multimídia.

Tomara que na próxima geração o Nissan Leaf traga mais entradas USB (inclusive para quem senta no banco traseiro) e também navegador integrado, para não precisar ficar usando o smartphone pra isso.

Ao ligá-lo, tive a minha primeira ‘mudança de mentalidade’: você não ouve absolutamente nada, pois carro elétrico não tem escapamento e não faz barulho – você ouve um leve zumbido… e só.

Na cidade, a velocidade foi baixa, já que Brasília é cheia de radares, mas quando o comboio pegou a estrada em direção a Pirenópolis (GO) deu pra ver o quanto o Leaf é estável em alta velocidade, mesmo atingido por ventos laterais.

A Nissan se inspirou em asas de aviões para desenhá-lo, permitindo a ele cortar o ar de forma suave e eficiente.

Quando eu pisava, o Leaf dava a impressão de ser turbinado, pois ganhava uma agilidade fora de série – o que é muito bom na hora de ultrapassar, pois a aceleração é imediata (chega aos 100 km/h em 7,9 segundos), o torque é instantâneo e a potência oferecida é surpreendente: 149 cavalos, 37% maior que a da geração anterior.

A nova geração do Nissan Leaf teve sua autonomia aperfeiçoada, chegando quase a 300 quilômetros de rodagem com uma carga de bateria, dando confiança para pegar uma estrada com esse limite de distância – ainda mais se utilizar ao mesmo tempo o modo de direção Eco Modo B e a função E-Pedal.

O E-Pedal é inovador pelo fato de você poder dirigir utilizando só o pedal do acelerador tanto para acelerar (pisando) quanto para frear (tirando o pé gradativamente) e parar totalmente (tirando o pé de uma vez).

E utilizando o Modo B de condução, essa desaceleração regenera a energia da frenagem, aumentando a autonomia ao recarregar a bateria sem diminuir em nada a potência.

Pensei no início que iria ter problemas e dificuldades ao utilizar o E-Pedal, mas ele é tão intuitivo e fácil de operar, que não quis mais deixar de utilizá-lo. É muito útil e cômoda essa tecnologia.

Tanto que, ao chegar a Pirenópolis (GO), aproximadamente 150 quilômetros depois, o Nissan Leaf ainda seria capaz de rodar quase a mesma quilometragem.

Mas deixei o veículo para carregar, pois sairia nele para jantar na cidade goiana – o ‘abastecimento’ é feito pela frente, sendo que em tomadas domésticas ele pode usar 110 volts e 220 volts. O kit de recarga tem a forma de uma valise quadrada e não ocupa muito espaço no porta-malas.

E me surpreendi ao saber que custa apenas R$ 35 para recarregá-lo completamente, sendo que 80% da carga da bateria é recuperada em menos de uma hora de recarga.

Ao estacionar, também deu pra comprovar a utilidade das câmeras que dão uma visão 360 graus dele – o que é muito útil pra evitar encostar em calçadas e em obstáculos por todos os lados do carro.

Aliás, no quesito Segurança, o Leaf dá um show, pois traz várias câmeras e radares e diversas tecnologias de assistência ao motorista, como sensor de ponto cego, piloto automático inteligente (que monitora a distância do carro da frente e freia sozinho, caso detecte que está muito perto) e alerta de mudança de faixa com função que previne essa mudança.

De manhã, antes de ir pra Brasília, deu pra passear em Pirenópolis e ele chamou a atenção por onde passou.

Quando estacionava para tirar fotos, o que mais tinha era gente parando para admirá-lo e comentar.

Realmente era um contraste, pois a cidade goiana é secular e o Nissan Leaf parecia ter vindo do futuro.

E dirigindo para Brasília, comprovei que, com o Leaf, você nunca fica ‘na mão’, pois ele tem um torque 26% maior que o da geração anterior e que é equivalente ao torque de um motor 2.0 turbo a gasolina.

Também me impressionei com o seu custo de manutenção, muito mais em conta que o de modelos movidos a combustão, por não precisar trocar óleo, velas e correias, por exemplo – ele não tem nada disso.

A revisão do Nissan Leaf é realizada uma vez por ano ou a cada 10 mil quilômetros rodados, durando no máximo 90 minutos, que é o tempo que se leva para a revisão dos faróis, da suspensão, da direção e dos níveis de fluidos; bem como limpeza e regulagem dos freios; balanceamento, rotação e alinhamento das rodas; e lubrificação das fechaduras e das dobradiças; além de verificação do estado da bateria de íons de lítio.

Outra coisa interessante no Nissan Leaf é a facilidade em consertar a sua bateria, que é extremamente durável por ser dividida em módulos, ao contrário das baterias de outros veículos elétricos. Isto quer dizer que, se surgir algum problema, é trocado apenas aquele módulo – e não a bateria toda.

CONCLUSÃO – O que a Nissan quis mostrar no test-drive é que o seu Leaf é, basicamente, um carro como outro qualquer nos quesitos conforto, segurança e porta-malas, mas que também é imbatível e impressionante em silêncio, emissão zero de poluentes, estabilidade, alta tecnologia e economia no bolso – ainda mais com a gasolina com o preço que está.

É essa a mudança de mentalidade que já começou a acontecer no Brasil e que também tive a oportunidade de vivenciar de perto, pois dirigir um veículo elétrico é uma experiência de condução única e sem volta, pois ele é melhor do que eu esperava e gera 80% menos CO² que veículos com motor a combustão.

Então, se você está atrás de um carro econômico e confortável para rodar principalmente na cidade e tem cerca de R$ 297 mil sobrando, o Nissan Leaf é o ideal para você, sendo uma verdadeira referência em seu segmento. 

Auto Destaque

O Caderno Auto Destaque é publicado ininterruptamente desde 1987 no jornal Diário do Pará, apresentando lançamentos e tudo mais sobre o mercado automotivo.

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