Tecnologia

Aparelho mostra se óculos de sol podem ser usados para dirigir

Você sabia que seus óculos de sol podem ser impróprios para dirigir? Na hora de comprar um, muita gente pensa só na questão estética ou então na proteção contra raios ultravioleta. Mas o que pouca gente sabe é que as lentes dos óculos solares também podem atrapalhar a visão do motorista, seja alterando as cores do semáforo seja impedindo a entrada de luz suficiente nos olhos. Para testar se os mais diversos modelos de óculos de sol à venda no Brasil são adequados para quem dirige, pesquisadores da Escola de Engenharia de São Carlos (EESC), da USP, criaram um aparelho que exibe a resposta em poucos segundos.

O protótipo, feito de MDF, pesa aproximadamente 1,5 quilo e interage com o usuário por meio de caixas de som e de uma tela sensível ao toque. Dentro, a luz branca de um led é apontada na direção de uma placa eletrônica composta de um sensor que faz diversas medições. O teste é simples e intuitivo: basta abrir a tampa superior do equipamento e posicionar as lentes do acessório entre o led e a placa. Depois, aguardar alguns segundos.

Para responder se os óculos são apropriados para dirigir, o sensor mede a chamada ‘transmitância luminosa’, que é a quantidade de luz visível que penetra pelas lentes e chega aos olhos do motorista. Por exemplo: se as lentes têm transmitância luminosa de 50%, quer dizer que só a metade da luz do ambiente está atravessando as lentes e chegando ao condutor. Uma lente própria para direção deve deixar passar mais do que 8% de luz.

Além do teste de luz visível, o sensor também mede o quanto as luzes vermelha, amarela e verde – que compõem um semáforo – estão sendo diminuídas pra pessoa que usa óculos de sol no trânsito. O motorista pode deixar de enxergar alguma das luzes do semáforo, dependendo do quanto forem reduzidas. Caso as cores do semáforo sofram redução de intensidade acima do permitido, os óculos também não serão próprios para direção. O número que traz essa resposta leva o nome de ‘quociente de atenuação visual de luz de trânsito’ e seu valor final não pode ser inferior a 0,8 pra luz de sinalização vermelha nem menor que 0,6 para as luzes de sinalização amarela e verde. A partir da combinação de todas essas medidas e de alguns cálculos matemáticos, a avaliação dos óculos é revelada.

O objetivo da pesquisa foi chamar a atenção para o assunto e instruir a população, pois quando vão comprar óculos de sol, nem perguntam se ele é próprio para dirigir, pois não sabem que essa possibilidade existe.

O que diz a norma? – A Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) classifica as lentes de óculos de sol em categorias que variam de 0 a 4, de acordo com quão escuras elas são. A primeira delas (0) corresponde às lentes mais claras, seguindo uma ordem crescente de escurecimento, conforme aumenta a categoria. As lentes da categoria 0 são recomendadas para situações em que haja poucos raios solares, sem sol aparente. Na categoria 1, as lentes são para cenários com sol parcialmente visível.

Já na categoria 2, os óculos são para uso geral, oferecendo boa redução dos raios de sol; diferente da categoria 3, na qual podem ser utilizados em ambientes com sol forte, como praias. Por fim, a categoria 4 é composta pelas lentes mais escuras, presentes em situações de incidência muito alta de sol, como ambientes com muito reflexo de água (passeios de barco) ou no alto de montanhas em cidades onde neva – e até em dunas de areia.

Lentes excessivamente escuras e com transmitância luminosa igual ou inferior a 3% não são classificadas em nenhuma categoria, uma vez que a norma foi desenvolvida para óculos de utilização geral. Caso as lentes sejam da categoria 4 ou não tenham categoria, elas não são adequadas para direção. Pelo fato das lentes solares serem fabricadas com filtro, o mesmo pode interferir na imagem transmitida. Sendo assim, as cores, a forma e a distância dos objetos podem ser alteradas equivocadamente. E quando se fala de um motorista, o risco de acidentes pode aumentar.

A norma brasileira da ABNT requer que as lentes passem por testes de transmitância luminosa e sejam classificadas como adequadas ou não para dirigir. Mas o público em geral não possui meios de testar seus próprios óculos de sol. E a única maneira de saber se os acessórios são próprios para direção é por meio de um espectrofotômetro, equipamento utilizado para fins científicos e manuseado só por especialistas. Além de ser relativamente caro, grande e ter funcionamento complexo, ele precisa de cerca de 40 minutos para testar se um único par de óculos está adequado para dirigir.

Insegurança na hora da compra – No Brasil, muitos óculos de sol são vendidos sem passar por nenhum controle de qualidade e sem qualquer selo de segurança, principalmente no comércio ilegal de ambulantes.

Auto Destaque

O Caderno Auto Destaque é publicado ininterruptamente desde 1987 no jornal Diário do Pará, apresentando lançamentos e tudo mais sobre o mercado automotivo.

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