5 ações para turbinar sua logística para a Black Friday
A projeção para uma das datas mais esperadas do comércio está otimista: 75,6% dos brasileiros pretende comprar na Black Friday deste ano, segundo pesquisa da MField. Isso representa um aumento de 32,2% na intenção de compra em relação ao ano passado. As pessoas também devem gastar mais: 7 a cada 10 consumidores estão planejando manter ou aumentar o orçamento de 2022, e um a cada 4 deve gastar mais de mil reais, segundo estudo do Google.
Só que, para que a Black Friday seja realmente um sucesso e não se torne uma dor de cabeça, é preciso garantir que a logística esteja pronta para dar conta do volume de pedidos. Neste contexto, para auxiliar empreendedores e gestores que estão se preparando, o CEO do grupo Move3, Guilherme Juliani, preparou algumas dicas importantes. O grupo é referência em logística no Brasil, com atuação há mais de 30 anos e realizando cerca de 10 milhões de entregas por mês. “A logística é o pilar de uma Black Friday de sucesso. Vender e se atrapalhar na hora de entregar é um problema comum, infelizmente, mas existem maneiras de vencer os desafios mesmo quando o volume de entregas é alto”, comenta Juliani. As ações recomendadas pelo especialista são:
PLANEJAMENTO E CONTROLE DE ESTOQUE – Existem duas maneiras de analisar o estoque e planejar o que será feito na Black Friday com antecedência. O primeiro é através de um programa de controle geralmente chamado de WMS (sigla para Warehouse Management System, traduzido para Sistema de Gerenciamento de Armazéns), que deve ser aplicado o quanto antes e sempre mantido atualizado.
A segunda opção é o inventário físico. “Conferir todas as mercadorias é um trabalho complexo, mas necessário pra garantir que a Black Friday não resulte em erros ou perdas. Se for o caso de fazer um inventário presencialmente, recomendo aproveitar a situação pra registrar os produtos num WMS e começar a usá-lo, porque é algo importante para o ano todo”, aponta Guilherme.
Ao descobrir o volume e a condição dos itens no estoque, é possível planejar quais podem entrar em promoção, quantos precisam de mais destaque do marketing e, o mais importante, colocar a quantidade certa no sistema de vendas, para que não sejam vendidos mais produtos do que realmente existem – algo comum de acontecer em muitos negócios na Black Friday.
OPÇÕES DE PRAZO E FRETE – “O frete impacta muito na decisão de compra, assim como o prazo de entrega. Então é possível ‘negociar’ com o cliente, se você tiver as opções de transporte para isso”, afirma Juliani. O que ele quer dizer é que, quando a empresa tem mais de uma opção de transportadora, é possível oferecer alternativas de frete e prazo. Quem não está com tanta pressa de receber o produto pode optar por um prazo maior e frete menor, o que vai conter o acúmulo de entregas imediatas. Assim, as chances de problemas nos dias seguintes à Black Friday diminuem e, de quebra, o consumidor fica feliz por ter tido mais de uma escolha na hora da compra.
CONSIDERE O TEMPO DE EXPEDIÇÃO – Quando se fala de logística na maior parte do ano, o tempo calculado para entrega já considera os processos que acontecem no galpão: separação do produto, empacotamento e expedição. Contudo, na Black Friday, com centenas ou milhares de itens passando por isso simultaneamente, é provável que esse período exija mais tempo. “Não adianta calcular o prazo de entrega sem considerar que toda a operação está mais ocupada ou que falhas e atrasos são mais possíveis de ocorrer. É recomendado estender o prazo para além de todas essas etapas”, orienta o CEO.
INVISTA NAS EMBALAGENS – As embalagens são importantes de muitas maneiras. No transporte, a proteção é o fator principal, então é essencial que as empresas invistam em embalagens de qualidade para garantir que o produto chegue sem nenhum arranhão na casa do cliente. Mas, além disso, as embalagens também oferecem uma ótima oportunidade de trabalhar a fidelização do cliente. Tanto o design quanto o que é colocado junto com a mercadoria podem impactar o momento do recebimento. “Alguns negócios incluem ‘mimos’, cartões ou outros detalhes que aprimoram a comunicação com o público. Para quem pode e decide fazer esse tipo de ação, é imprescindível inserir esse planejamento na logística, porque influencia diretamente na etapa de expedição que mencionei. É preciso considerar se é realmente viável realizar essas práticas durante a Black Friday e, se sim, garantir que a qualidade da ação não será perdida na correria”, comenta Juliani.
ATENÇÃO PARA A LOGÍSTICA REVERSA – Mais vendas significam mais devoluções. Por isso, mesmo depois que a Black Friday passar e a maioria das entregas tiver sido realizada, ainda é preciso se manter em alerta para cuidar de todos os procedimentos de logística reversa que possam surgir. “O consumidor tem direito a devolver qualquer produto comprado em e-commerce até 7 dias após recebê-lo. E todo o custo desse processo fica por conta do vendedor. É essencial que a empresa já tenha definido como vai realizar a coleta do produto, que pode ser no mesmo local que ele foi entregue ou em pontos de coleta. Também é necessário que tudo isso esteja claro para o cliente na hora da compra, com a política de troca e devolução presentes no site da empresa”, explica Guilherme.
Todas essas dicas se aplicam a qualquer tipo de comércio, em especial aos e-commerces nativos, que dependem exclusivamente da logística para funcionar, já que não há opção de retirada. Mas é claro que cada negócio deve adaptar as orientações para sua própria realidade. “Cada empresa sabe onde precisa investir mais e quais são as suas principais dificuldades. O importante é que a logística receba atenção em todas as suas etapas, porque é ela que sustenta não apenas o sucesso da Black Friday, mas a imagem da marca e a fidelização do cliente depois da data”, conclui Juliani.