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Nissan cria nova Expedição, agora divulgando os patrimônios do Brasil

Entre 2017 e 2018, a Nissan colocou em prática um projeto ousado: rodar pelo país a bordo da Frontier, pra divulgar a arte dos nossos ancestrais através das pinturas rupestres, com imagens pintadas em rochas e pedras, algumas com mais de 30 mil anos. Tive o privilégio de participar de duas das 5 etapas (na baiana Chapada Diamantina e na paraense Monte Alegre) e me certifiquei de que era um projeto mais cultural do que propriamente sobre o produto: no caso, a picape. E seu conceito diferenciado, no sentido de valorizar a história e a cultura das regiões visitadas, fez a Expedição Nissan: À Procura do Início do Brasil receber reconhecimentos como o Certificado de Excelência do Sabre Awards Latin America e prêmios Aberje nas categorias Eventos e Publicação Especial.

E foi por ser reconhecida nacionalmente e internacionalmente que a Expedição Nissan voltou às estradas. Agora chamada Na Rota dos Patrimônios do Brasil, ela continua levando expedicionários a bordo da Frontier 2020 (desta vez a produzida na Argentina, que oferece mais versões – a 1ª expedição usava a picape vinda do México) pra conhecer lugares idílicos e aspectos históricos – sempre com o acompanhamento de pesquisadores e especialistas de cada lugar, fazendo com que há uma imersão na rica cultura e tradições das regiões por onde passa.

E tive mais uma vez o privilégio de participar desta experiência única, que foi a 2ª etapa, realizada no Centro-Oeste, entre o Distrito Federal e Goiás, mais precisamente na Chapada dos Veadeiros, em 3 dias de muita cultura, contemplação e aventuras fora de estrada, com uma frota de 16 picapes que enfrentou trilhas no cerrado e levou os aventureiros a conhecer paisagens deslumbrantes por quase mil quilômetros.

A caravana iniciou numa terça-feira em Brasília, detentora da maior área tombada do mundo (112,25 km²) e um marco da arquitetura e do urbanismo, que completa 60 anos de sua inauguração em 2020.

Iniciamos o dia na sede do Iphan, com um encontro com Saulo Santos Diniz, superintendente do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, que falou dos locais que são gerenciados pelo Instituto e sobre a importância e curiosidades deles.

A bordo da Frontier XE 4×4 com câmbio automático de 7 marchas e motor 2.3 biturbodiesel de 190 cavalos, conhecemos pontos históricos e culturais como a igreja Nossa Senhora de Fátima (concebida por Niemeyer, é o 1º templo religioso erguido na cidade, com o objetivo de pagar uma promessa da primeira dama Sarah Kubitschek, pra curar sua filha), a superquadra 308 Sul (quadra modelo de Brasília, construída pra servir de referência para outras superquadras do Plano Piloto, projetada por Lúcio Costa e com paisagismo de Burle Marx), a ponte JK, o Congresso Nacional e a Esplanada dos Ministérios.

Após o almoço no Fausto & Manoel na beira do lago Paranoá, foi a vez de visitar os museus da Memória Candanga (que conta a história da construção da capital brasileira) e do Catetinho, local da 1ª residência oficial do governo federal na cidade e que faz alusão ao Palácio do Catete do Rio de Janeiro, antiga residência oficial dos presidentes antes da construção de Brasília.

Rogério Louro, Diretor de Comunicação Corporativa da Nissan, falando da importância do projeto, que vem mostrando para todo o mundo um Brasil que poucos conhecem

Fundada em 21 de abril de 1960, Brasília foi construída pelo presidente Juscelino Kubitschek, que finalizou um processo iniciado em 1891, quando a determinação de sua área foi incluída na primeira Constituição da República. Em 1956, com a nova demarcação da futura capital, JK deu início à realização do projeto.

Na sequência, pegamos a estrada pra rodar mais de 200 quilômetros rumo a Alto Paraíso de Goiás (onde nos hospedamos) e à paradisíaca Chapada dos Veadeiros, com parada para lanchar no Vó Belmira Pamonharia, em São Gabriel de Goiás.

Logo que chegamos a Alto Paraíso, fomos direto jantar numa charmosa pizzaria chamada Vila Chamego. De lá fomos nos hospedar: e fiquei na pousada Maya, que faz parte da confraria de Roteiros de Charme.

SEGUNDO DIA – Já devidamente equipado depois de receber um kit Expedicionário da Nissan que continha várias camisetas, casaco corta-vento, toalha de microfibra (que enxuga, molha pouco e seca rápido), capa de chuva, sapatilhas à prova d’água, chapéu, nécessaire com kit de amenidades da Granado, capa à prova d’água para celular e cantil de água, partimos para o segundo dia da Expedição Nissan: Na Rota dos Patrimônios do Brasil, que começou cedo, quando saímos às 7h30 de Alto Paraíso de Goiás em direção ao Parque Nacional da Chapada dos Veadeiros, para assistir uma palestra no Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), órgão ambiental do governo que mostrou os trabalhos de conservação do local e a importância da região para o meio ambiente. E que também explicou que veadeiro é o nome que se dá ao cão adestrado para caçar veados.

Patrimônio natural da humanidade da Unesco, localizado no nordeste de Goiás e distante cerca de 230 quilômetros da Capital Federal, o PNCV foi criado em 1961 e fica entre os municípios de Alto Paraíso de Goiás, Cavalcante, Teresina de Goiás, Nova Roma e São João d’Aliança.

Ele protege uma área de 240.611 hectares de cerrado de altitude, abrigando espécies e formações vegetais únicas, rochas com mais de 1 milhão de anos e centenas de nascentes e de cursos d’água.

Depois fizemos um tour pelo local, com direito a belas paisagens, muitas cachoeiras (entre elas a do Salto do Rio Preto) e bastante informação, como o fato do PNCV preservar áreas de antigos garimpos e ter sido reconhecido como Patrimônio Mundial em 2001.

A temperatura média no local variava entre 22 e 27 graus, com algumas pancadas de chuva.

Antes de ir almoçar no restaurante da Nenzinha, paramos para um banho relaxante e gelado nas águas das corredeiras do rio Preto.

No início da tarde foi a vez de se aventurar na Tirolesa Voo do Gavião, que fica entre a serra Almécegas e o morro do Mirante da Fazenda São Bento e que tem cerca de 850 metros de extensão e 100 metros de altura, numa descida quase plana de 1 minuto e meio – que fiz debaixo de chuva.

O dia encerrou com visita à cachoeira das Almécegas, um paredão de quartzito, que conta com umas das maiores quedas de água da Chapada, numa trilha de grau médio e 800 metros de caminhada.

E voltamos para a pousada debaixo de uma chuva forte, rodando quase 300 quilômetros nesse dia – que nem sentimos, graças aos bancos Gravidade Zero da picape Nissan, inspirados em tecnologia desenvolvida pela Nasa pra eliminar a fadiga.

E chegamos mais cedo a Alto Paraíso de Goiás, principal cidade desse santuário ecológico e fundada em 12 de outubro de 1953. O jantar foi no restaurante Vendinha 1961, com comidinhas de boteco.

TERCEIRO DIA – O terceiro dia da Expedição Nissan: Na Rota dos Patrimônios do Brasil teve as picapes Frontier enfrentando trilhas fora de estrada no cerrado. Agora a bordo da versão S 4×4 manual com motor 2.3 turbodiesel de 160 cavalos, saímos cedinho de Alto Paraíso e rodamos 68 quilômetros em direção à reserva Bellatrix, santuário agroecológico rodeado de araucárias centenárias e nascentes de água pura, numa floresta rica em biodiversidade. Muito usado como retiro de meditação, ele oferece chalés em formato de casas coloniais e tem trilhas e ambientes para relaxar.

Mas pra chegar lá, foi preciso atravessar um rio que não se chama rio Extrema à toa: caso ele não esteja com águas transparentes e esverdeadas, é necessário deixar o carro do outro lado e fazer uma trilha de cerca de 5 quilômetros, sendo que 1.800 metros ficam num nível entre o moderado e o difícil, principalmente os últimos 200 metros, que são os de acesso à cachoeira.

Ainda bem que a Frontier tem visão 360 graus e detector inteligente de objetos em movimento, que ajudaram a atravessar as águas sem bater nas pedras. Tudo visto pela tela do multimídia, de 8 polegadas. Mas quem usufruiu dessas tecnologias foram os expedicionários que estavam nas versões completas, pois a versão S é a de entrada e não tinha nada disso. O jeito foi confiar no instinto. Mas deu tudo certo.

De lá seguimos pra cachoeira do Label, que não consta nos mapas de principais cachoeiras da região, por ser muito escondida. Aliás, foi árduo chegar até ela, numa trilha de 1.800 metros com nível de dificuldade entre o médio e o pesado. Sorte que a Nissan doou algumas benfeitorias, como pontes de madeira para atravessar as corredeiras e cabos de aço e de corda para que pudéssemos ter onde segurar nas partes mais íngremes. Cheguei bem perto da cachoeira e senti o ‘splash’ dela, com uma queda d’água que está entre as principais atrações naturais do Brasil. Foi o bastante. Deu pra curtir as piscinas naturais e até pra fotografar esta que é a maior cachoeira do Estado de Goiás e a mais alta de toda a Chapada, com 187 metros de altura, pois despenca da serra do Paranã, na borda leste da Chapada dos Veadeiros.

Na volta, almoçamos na própria reserva uma maravilhosa comida caseira e na sequência partimos para mais trilhas fora de estrada, atravessando diversos rios, mais cheios que o comum, por conta das fortes chuvas que caíram no dia anterior.

Mas a Frontier passou pelos trechos alagados sem dificuldades, graças às novas rodas aro 18, ao eixo rígido com nova calibração e à suspensão traseira com sistema multilink e molas helicoidais maiores, que deram mais estabilidade e respostas mais rápidas na direção.

Antes de voltar pra casa, enfrentamos a parte mais hardcore do percurso, escolhida a dedo pelo expert em off-road Cacá Clauset, da TSO: subimos 1.200 metros, em direção ao topo da serra de São João d’Aliança, pra contemplar grande parte do cerrado brasileiro, que ocupa uma área de 2.036.448 quilômetros quadrados e corresponde a 23,92% do território brasileiro, sendo constituído principalmente por savanas.

O último jantar da Expedição Nissan foi no restaurante da Pousada da Lua, que misturou petiscos e drinques deliciosos com o melhor da cozinha regional e internacional.

Já a sexta-feira foi apenas para sair de volta para o aeroporto de Brasília, onde tinha chegado na segunda-feira à noite. Na volta pra casa, já dentro do avião, agradeci por ter conhecido um pouco mais desse Brasil rico em patrimônios culturais e naturais, que estou tendo a oportunidade de desbravar graças à essa iniciativa inédita da Nissan, que viu que era necessário apoiar a nossa história e ajudar a divulgar nossas inúmeras belezas.

Auto Destaque

O Caderno Auto Destaque é publicado ininterruptamente desde 1987 no jornal Diário do Pará, apresentando lançamentos e tudo mais sobre o mercado automotivo.

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