Carro parado durante pandemia exige cuidados

Durante o período de distanciamento social, é possível ver a redução do número de carros nas ruas. Temos um aumento da quantidade de carros parados nas garagens devido às orientações de combate à pandemia da Covid-19 por parte da OMS, que instituiu o isolamento social e a adesão ao home office.

Só que, parados em garagens ou estacionamentos, eles sofrem com a falta de uso. E com eles saindo pouco, há a danificação de componentes, especialmente os responsáveis por levar combustível ao motor, como válvulas, bomba de combustível, bicos injetores e a tubulação por onde o líquido passa, além de freios, pneus e baterias. Então acompanhe as dicas da DPaschoal e da Cobreq.

A gasolina, se ficar muito tempo parada, pode formar sedimentos que não se dissolvem e acabam entupindo as tubulações do automóvel. O envelhecimento de fluidos afeta as peças do carro. O lubrificante de freio, ao ficar desgastado, pode travar as pinças de frenagem das rodas.

O motor do carro foi feito pra se movimentar. Quanto mais tempo parado, mais problemas podem ocorrer, tipo bateria sem carga, entupimento de bicos injetores e ressecamento de mangueiras e dutos.

O ideal é manter o veículo em atividade, mesmo que você ligue o motor por alguns minutos. Mas também é fundamental que o carro passe por uma manutenção assim que puder circular normalmente com ele, para avaliar e recuperar fluidos, baterias e outros componentes prejudicados com o tempo de inatividade.

ÓLEO – O óleo do motor merece atenção especial, uma vez que tem um papel essencial: evitar o atrito entre as peças em movimento e manter a temperatura ideal durante o seu funcionamento. Como o lubrificante contém aditivos, tem vida útil, seja por tempo de uso ou quilometragem.

Numa situação normal, siga as recomendações do manual do carro ou troque-o a cada 6 meses ou 10 mil quilômetros rodados, dependendo do uso e do tipo de fluido. Também é bom sempre conferir se a tampa do reservatório está vedada, pra evitar problemas como vazamento ou evaporação dos aditivos.

Durante o tempo que o carro está parado, recomenda-se ligá-lo no mínimo uma vez por semana e deixar o motor trabalhando entre 20 a 30 minutos. Voltando ao uso normal, o ideal é fazer a troca do óleo lubrificante junto com o filtro, além de checar calibração dos pneus, carga da bateria e nível do líquido de arrefecimento. Verifique se onde o carro ficou estacionado não tem sinais de manchas de óleo, que sinalizam algum vazamento, principalmente se o veículo for automático.

FREIOS – A oxidação entre os discos e as pastilhas do freio pode ocorrer. O risco é maior em carros que ficam expostos ao tempo, em locais com umidade alta e incidência de maresia. Veículos de regiões mais secas não estão livres de oxidação, mas a possibilidade de acontecer é menor.

Ao sair com o carro após a quarentena, rode em velocidade reduzida e com cautela, atento a qualquer ruído anormal ou ineficiência do freio. O barulho pode desaparecer rapidamente com o carro em movimento, mas se não ocorrer, procure um profissional pra avaliar o sistema.

FREIO DE ESTACIONAMENTO – Hoje, os materiais de fricção usados em lonas e pastilhas para freios têm em suas composições substâncias que inibem a ‘colagem’ entre pastilhas e disco ou sapatas e tambor. Mas nem todos os carros usam itens de qualidade. E como os sistemas de freios são abertos, ficam expostos a sujeiras nas vias. O freio de mão acionado por muito tempo pode ‘colar’.

FLUIDO DE FREIO – Antes de voltar a usar o carro, cheque nível do fluido e se há vazamentos. O ideal é trocar considerando o tempo e não a quilometragem. E o líquido não deve ser completado se estiver abaixo do nível, e sim substituído.

BATERIA – Evite usar equipamentos elétricos com o carro desligado. Assim você preserva a carga da bateria. Ao dar a partida, desligue tudo, pra bateria não sofrer uma sobrecarga. Verifique se os terminais estão frouxos, sujos ou corroídos. O zinabre aparece devido a vazamentos do líquido interno da bateria – neste caso, limpe com uma solução de água com bicarbonato de sódio. Se precisar deixar o carro muito tempo parado, ligue-o a cada 15 dias e deixe-o funcionando por 15 minutos e em ambiente aberto – em local fechado, você deve ficar distante pra não inalar CO2.

PALHETAS – É importante manter os braços dos limpadores levantados, pois isso reduz o ressecamento e a deformação da borracha. Também é bom ligar uma vez por semana os limpadores, jogando água pra manter as borrachas hidratadas.

FILTRO DE CABINE – Verifique as condições do também conhecido como filtro do ar condicionado. Na maioria das vezes, ele fica atrás do porta-luvas ou debaixo do capô.

MECÂNICA – Evite deixar a chave no contato, mesmo que o carro esteja desligado. É que isso mantém o sistema em stand by e consome energia da bateria. E se a garagem não for plana, evite deixar o carro engatado, pois o peso dele pode prejudicar o câmbio, principalmente se for automático.

ROTINA – Calibre todos os pneus, inclusive o estepe. Quando for abastecer, abasteça o reservatório de partida a frio e solicite ao frentista que veja todos os líquidos do carro: arrefecimento, óleo, limpador de para-brisa, direção hidráulica e óleo de câmbio.

Também é recomendado ligar o ar quente e fechar todos os vidros quando for deixar o automóvel ligado pra carregar a bateria. Isso ajuda a diminuir a umidade do sistema de ventilação e contribui pra evitar o acúmulo de fungos e ácaros na tubulação.

LIMPEZA – Assepsia nunca é demais, ainda mais neste momento. Por isso, limpe regularmente o interior do carro com aspirador de pó e depois passe um pano úmido com uma solução de água e detergente neutro. Por fim, seque com uma flanela de microfibra.