Ford Territory: nesse chinês você pode confiar?
A má fama dos produtos chineses vem de longe, dos badulaques vendidos a 1,99 no centro comercial que dão defeito ou quebram em pouco tempo aos comprados em sites de lá que parecem lindos na foto, mas são completamente mal ajambrados quando chegam à sua casa.
No mercado automotivo é a mesma sensação: o que é oferecido como bom, barato e com ótimo custo-benefício pode gerar ciladas, ainda mais quando marcas saem fugidas do mercado, como a Jac fez em Belém (PA) e Manaus (AM) – teve gente que comprou carro numa segunda-feira e, quando voltou à concessionária na sexta-feira, não a encontrou mais. Tinha apenas um recado para resolver os problemas técnicos do carro numa oficina na mesma rua.
Mas a Ford diz que promete quebrar essa ‘maldição’, oferecendo um produto chinês, só que com seu status de qualidade e com suspensão e pneus adequados às nossas ruas e estradas.
Ele também pode ser blindado nível 3-A por empresa homologada (Leandrini Blindagens), com 5 anos de garantia e preservando a garantia de 3 anos do veículo.
O SUV está disponível nas versões SEL (R$ 165.900) e Titanium (R$ 187.900), ambas com motor a gasolina 1.5 turbo de 150 cavalos e câmbio automático CVT, só se diferenciando nos equipamentos.
Pesando 1.632 quilos, o Territory chega aos 100 km/h em 11,8 segundos, alcança os 180 km/h e faz 9,2 km/litro na cidade e 10 km/litro na estrada.
Bem equipado, oferece carregador de celular sem fio com opção carga rápida, multimídia de 10,1 polegadas, teto solar panorâmico, volante regulável em 4 posições, painel digital de 10 polegadas, retrovisores rebatíveis eletricamente, internet a bordo, 3 entradas USB frontais e uma entrada USB atrás, som com 6 ou 8 alto-falantes e saídas de ar no banco traseiro, além de bancos dianteiros com resfriamento e aquecimento – sendo que o do motorista tem 10 ajustes elétricos.
Mas é imperdoável não ter ar dualzone e palhetas para trocas manuais das marchas, além do porta-malas de assoalho plano ser pequeno (acomoda entre 348 e 420 litros) e não ter abertura e fechamento elétricos.
E os botões do console central são claramente uma cópia chinesa do requintados botões vintage dos novos modelos da Peugeot, como o novo 208, por exemplo.
Externamente, o SUV médio de 4,58 metros de comprimento e 1,93 metro de largura traz grade trapezoidal, capô alto, entre eixos longo (2,71 metros), traseira curta, escape com ponteira dupla e pintura em 2 tons na versão Titanium, que vem sempre com teto preto, pra contrastar com a cor da carroceria – que pode ser azul, branco, marrom, prata, preto e vermelho.
As rodas são aro 17 (calçadas com pneus 235/55R) ou 18 (calçadas com pneus 235/50R).
Dentro, vem com apliques imitando madeira, iluminação ambiente configurável e acabamento escurecido na versão SEL e claro na Titanium – que possui revestimento parcial de couro.
Em itens de segurança, oferta 6 airbags, câmera com visão 360 graus, piloto automático adaptativo, sistema de estacionamento autônomo, sensor de ponto cego e aplicativo para acionar funções do SUV pelo celular, bem como alertas de saída de faixa e de colisão frontal com frenagem automática.
Mesmo com todas essas qualidades, a verdade é que no início sempre haverá uma pulga atrás da orelha: o Ford Territory não será só um ‘chinês de primeira linha’, como se diz daquela falsificação bem acabada que é vendida na 25 de Março paulistana? Só o tempo dirá.
E ainda deixo outra pergunta: com R$ 200 mil pra comprar um SUV, você preferiria um Ford chinês ou concorrentes como Audi Q3, BMW X1, Chevrolet Equinox, Honda CR-V, Jeep Compass, Mercedes GLA, Mitsubishi Eclipse Cross, Toyota SW4, Volvo XC40 ou VW Tiguan de 7 lugares?