Tecnologia

Oxigênio é a chave da Air Products para um dos maiores poluidores de efluentes: o chorume

Líquido escuro e viscoso, o chorume é o resultado da decomposição e da dissolução em água da matéria orgânica e um dos maiores poluidores do solo, quando o lixo é mantido a céu aberto. Com uma quantidade de Demanda Biológica de Oxigênio (DBO) – medida de poluição – aproximada de 1.000 mg/L, ou seja, ainda maior que a do esgoto, ele é também responsável pela poluição hídrica, contaminando as proximidades de cursos d’água ou lençóis d’água subterrâneos ou freáticos. Uma das maiores especialistas no tratamento de efluentes, a Air Products quer alertar ainda mais para este que é um dos principais causadores de poluição da água e do solo. “O chorume pode comprometer toda uma cadeia alimentar, devido à liberação de metano, nitrogênio e gás carbônico no solo, na água e no ar. Mas felizmente, hoje, há maneiras de tratá-lo de maneira sustentável”, ressalta Edson Basilio Gerente de Aplicações e Desenvolvimento da Air Products, que atende diversos setores, sendo que as indústrias de curtumes, químicas, alimentícias e de celulose são as maiores interessadas em razão da grande geração de poluentes advindos de sua produção. “A maior questão do tratamento de chorume não é a falta de estações de tratamento ou a escassez de investimento. Algumas empresas chegam a gastar uma fortuna e não têm o resultado esperado. O modo de tratamento é que é fundamental”, explica Basilio.

O principal desafio, portanto, é a altíssima concentração de nitrogênio amoniacal, que precisa ser removido e que demanda alto consumo de oxigênio e conhecimento da cinética das reações microbiológicas. “No chorume bruto, a concentração de nitrogênio amonical é de cerca de 2.000 mg/l e precisa ser reduzido para uma relação entre 5 a 20 mg/l – uma eficiência de remoção mínima de 99%, que só pode ser obtida num processo com alto teor de oxigênio e com o uso correto dos parâmetros de processo”, diz Fabio Mimessi, engenheiro especialista da Air Products. Segundo ele, a chave para o tratamento ideal do chorume está na utilização adequada do oxigênio. “Realizamos o processo que, no nosso caso é biológico, em 3 etapas. A primeira é o tanque anóxido, ou seja, com oxigênio zero. Em seguida, passamos o produto para um tanque aeróbico, onde mantemos o oxigênio em níveis bem altos para alimentação do lodo biológico. E, finalmente, o líquido vai para um decantador, onde o lodo é retido, fazendo com que possa retornar à estação de tratamento do efluente. Por fim, a água tratada é descartada, já sem perigo de toxicidade para os rios e seus peixes”.

O segredo está na utilização correta do oxigênio, uma vez que o chorume é uma das substâncias mais poluidoras e difíceis de tratar. Enquanto o tratamento de outros produtos exige somente de 1 a 2 mg de O2 por litro, o chorume requer de 3 a 6 mg de O2 por litro. Além de gerar mais eficiência no tratamento, o uso do oxigênio também reduz o consumo de eletricidade, sendo duplamente sustentável. “A utilização de bons equipamentos de dissolução de oxigênio puro ajuda a reduzir muito o consumo de energia elétrica e aumenta a capacidade das estações de tratamento, sem necessidade de parar o tratamento por nem um dia sequer”, conclui Mimessi.

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