Saiba escolher a bateria de tração correta para preservar seus maquinários
Nos centros de distribuição e em empresas que atuam no segmento da intralogística, não há dúvida de que, no pacote composto por empilhadeira, bateria e carregador, a bateria é o principal elemento. Mas existem tipos de baterias de tração com diferentes características, desempenho e componentes que são responsáveis pela grande variação de preço entre os produtos. A variedade é tão grande que, segundo Rogério Alves, técnico de suporte da fabricante de carregadores de bateria Fronius, mesmo profissionais de centros de distribuição que trabalham com esse tipo de maquinário nem sempre conhecem o funcionamento em detalhes. E considerando que a bateria é o ‘coração’ das empresas de logística e intralogística e que o seu mau funcionamento – como avarias e descargas profundas – pode encurtar sua vida útil e paralisar as atividades nos galpões, vale conhecer melhor os diferentes tipos.
A bateria de chumbo-ácido tracionária padrão é conhecida popularmente como ‘aberta’, pois em cada elemento há uma abertura, para que haja o preenchimento com água desmineralizada do nível de eletrólito, composto basicamente de ácido sulfúrico diluído. E inseridas neste grupo estão a bateria de PzS ou PzB, que usa chumbo-ácido de eletrólito líquido e é a mais comum, com design simples, básico e oferecido por todos os fabricantes. Por conta desses fatores, ela é a que requer menor investimento inicial, mas tem alto grau de manutenção, níveis elevados de reposição de água e considerável emissão de gases.
A bateria PzS LA e PZM usa chumbo-ácido de eletrólito líquido com ‘baixo antimônio’, uma tecnologia semelhante à PzS. A diferença fica por conta das células que, graças à sua composição, consomem menos água. Assim, o reabastecimento pode ser feito em intervalos maiores de tempo, com redução de custos de manutenção. É conhecida como bateria de baixa manutenção.
A bateria PzQ usa chumbo-ácido de eletrólito líquido em placas tubulares quadradas e tem um princípio de operação similar ao da bateria PzS. A inovação tecnológica está no perfil das placas tubulares quadradas, que permite aumentar a superfície ativa das placas de chumbo e a tensão média durante a descarga, o que garante melhor performance e carregamento mais rápido. Por isso, é indicada em operações mais agressivas e até mesmo para cargas de oportunidade.
A bateria de chumbo-ácido selada (VRLA) traz geralmente o eletrólito de ácido sulfúrico em gel ou contido numa espécie de malha. Ela é equipada com uma válvula de pressão especial e o oxigênio produzido durante o carregamento é convertido em água. Além disso, requer uma manutenção muito baixa.
A bateria PZV usa chumbo-ácido gel, uma das tecnologias menos difundidas, mas com mais vantagens, entre elas nenhuma manutenção necessária e nenhuma emissão de gases. Por isso é mais utilizada principalmente no setor de alimentos. Desvantagem: só pode ser descarregada em 60% e o tempo de carregamento não pode ser inferior a 10 horas, sob pena de degradá-la.
A bateria AGM usa eletrólito em malhas absorventes de fibra de vidro, tecnologia menos difundida que as anteriores, por conta do desenho mais complexo. Ela não precisa da reposição de água e geralmente suas placas são mais finas e de ligas metálicas de menor resistência, possibilitando cargas mais rápidas e operações mais pesadas. Por conta dessa resistência específica, demanda que o carregamento seja como determinado pelo fabricante, não sendo possível a aplicação de curvas de carga padrão.
A bateria CSV usa placas de cobre com eletrólito em gel e tem condutividade muito maior por causa do cobre, elemento condutor mais eficiente e com menor resistência. E por ser em gel, acaba sendo mais voltada para equipamentos menores e vem tendo sucesso na Europa, pois suas características possibilitam cargas rápidas e eficiência muito maior.
O técnico de suporte da Fronius destaca ainda que, além das baterias de chumbo e de cobre, existe a de íon-lítio, infinitamente superior e que tem um sistema eletrônico interno que transmite informações ao carregador, simplificando a programação do operador na hora de recarregar. Além disso, diferente da bateria de chumbo-ácido que precisa ser mantida em posição correta para que não haja derramamento da água interna do produto, a de lítio não possui limitação de posicionamento e montagem. “A Fronius acredita que, até 2025, um quarto das máquinas usará bateria de lítio, onde a tecnologia e a informação trabalharão em função de uma entrega mais rápida, sustentável e com redução de custos”, ressalta.
Então, no momento de escolher a bateria de tração, o empresário deve considerar as soluções de carregamento que, além de reduzir os custos com energia elétrica, podem reduzir o espaço logístico, que é muito importante num centro de distribuição.