BYD agora é brasileira e terá complexo fabril na Bahia

Maior fabricante de carros de energia limpa do mundo, a BYD se estabelece de vez na Bahia, com o anúncio da abertura de seu mais novo complexo industrial em Camaçari, onde funcionou a finada fábrica da Ford. Com a presença do fundador e CEO Wang Chuanfu, de Stella Li (vice-presidente executiva global e CEO para as Américas) e Tyler Li (presidente da BYD Brasil), a companhia inaugurou suas futuras unidades fabris (serão 3), em evento que também contou com a presença de Geraldo Alckmin (vice-presidente da República), Jerônimo Rodrigues (governador da Bahia) e dos ministros Rui Costa (da Casa Civil) e Juscelino Filho (das Comunicações), entre outras autoridades federais, estaduais e municipais.

“Há 28 anos, a BYD começou como uma empresa chinesa de baterias e com grandes sonhos. Vimos que as alterações climáticas e o congestionamento nas cidades seriam os principais problemas que a sociedade enfrentaria e sonhamos que poderíamos gerar energia a partir do sol, eletrificar a rede, tornar todos os veículos elétricos e aliviar os congestionamentos. O Brasil é um mercado incrivelmente promissor e pode ser um exemplo para o mundo de que a eletrificação não só é possível, como também melhora a vida de todos”, disse Wang Chuanfu.

A oficialização da chegada da BYD no Nordeste brasileiro é um divisor de águas para a indústria automotiva nacional, que volta a investir e produzir no Estado, desta vez fabricando veículos elétricos e híbridos com a mais alta tecnologia num espaço simbólico e estratégico na Bahia. “As mudanças climáticas não têm fronteiras e estamos orgulhosos de ter projetos em mais de 75 países. No entanto, não há melhor exemplo desse compromisso do que nosso trabalho no Brasil, uma nação abençoada pela floresta amazônica. Nossa missão de reduzir a temperatura da Terra em 1ºC tem uma profunda conexão com o Brasil”, destacou Wang Chuanfu.

As 3 fábricas irão produzir chassis de ônibus, caminhões elétricos e veículos de passeio elétricos e híbridos, além de processar lítio e ferro fosfato. A expectativa é iniciar a produção entre o fim de 2024 e o início de 2025, com capacidade instalada próxima dos 150 mil veículos por ano durante a primeira fase de implantação. “A BYD tem muito orgulho de representar a reconstrução da indústria automobilística nacional. Somos uma empresa com mais de 90 mil engenheiros e queremos apoiar a Bahia, especialmente a região de Camaçari, a se tornar o Vale do Silício do Brasil. É por isso que vamos construir um centro de pesquisa e desenvolvimento em Salvador. Ao mesmo tempo, já estamos trabalhando duro para criar a solução brasileira para nossos carros híbridos plug-in: a combinação de etanol e energia elétrica, duas fontes de energia limpa para levar o país em direção a um futuro mais verde”, conclui o fundador da BYD.

A produção brasileira permitirá preços ainda mais competitivos que os já praticados hoje, para assim gerar acessibilidade ao consumidor apaixonado por carros e a um sonho de consumo da era moderna: ter um carro elétrico na garagem. “O Dolphin, carro que mudou o jogo no Brasil, agora será fabricado em Camaçari. Foram vendidas 5 mil unidades apenas 3 meses após o seu lançamento, um recorde na história do país. Além dele, o Song Plus, nosso híbrido que tem autonomia de mais de mil quilômetros, e o Yuan Plus, nosso 100% elétrico, também serão produzidos nesta fábrica”, complementou Stella Li.

Em julho de 2023, a BYD anunciou o investimento de R$ 3 bilhões para instalar 3 linhas de produção diferentes dentro de um mesmo complexo fabril, em Camaçari (BA). Este será o maior polo industrial da marca fora da China, o que é uma mensagem clara de como a companhia acredita, aposta e investe no potencial do mercado brasileiro, um dos mais importantes do mundo. “Ao reunirmos Brasil e China neste prédio simbólico da indústria automotiva nacional, celebramos não somente as nossas diferenças culturais, mas nossas paixões e sonhos em comum”, disse Alexandre Baldy, conselheiro especial da BYD, que acrescenta que “estudos para o desenvolvimento de um motor híbrido flex à base de etanol, que possibilite o uso da energia que vem da cana-de-açúcar, já estão em desenvolvimento. Será uma solução verde e uma solução brasileira”.

Contribuindo para o fomento econômico do Estado, o novo complexo vai gerar 5 mil empregos e trará Camaçari de volta aos holofotes nacionais da indústria automotiva, transformando a cidade baiana num polo de atração de fornecedores de peças e acessórios, até prestadores de serviços. A BYD vai contribuir diretamente com o desenvolvimento regional, dando prioridade a fornecedores locais. E com objetivo de tornar a região o Vale do Silício brasileiro, investirá num centro de pesquisa e desenvolvimento na capital, que terá como um dos principais objetivos criar tecnologias para um motor híbrido flex, que combine o etanol com o motor elétrico. “Agradecemos a oportunidade de estarmos aqui colocando a pedra fundamental para que possa ser iniciada a construção de uma indústria com um novo modelo de cuidado ambiental e com a classe de trabalhadores. Hoje, aqui, há também a oportunidade para a construção de uma nova Bahia e de um novo Brasil”, disse o governador Jerônimo Rodrigues.

O vice-presidente da República, Geraldo Alckmin, fez questão de celebrar o retorno da indústria automotiva à Bahia e falou sobre o cenário favorável à inovação: “Estamos investindo em desenvolvimento inclusivo, com estabilidade e sustentabilidade. A reforma fiscal já está aprovada e a reforma tributária, em boas mãos. Esta é a nova industrialização, baseada na inovação e na sustentabilidade”. A iniciativa da BYD de produzir na Bahia está em conformidade com sua missão de criar inovações tecnológicas que melhorem a qualidade de vida e em linha com a agenda do governo brasileiro, que apoia e incentiva iniciativas para tornar o país mais sustentável. Em março de 2022, a BYD foi a primeira empresa automotiva do mundo a interromper oficialmente a produção de veículos com motor a combustão.

No mundo, a BYD tem mais de 600 mil funcionários, dos quais 90 mil são engenheiros. A marca conta também com 11 centros de pesquisa e solicita uma média de 19 patentes por dia – atualmente, possui 40 mil patentes registradas, sendo 28 mil em âmbito mundial. E seus veículos eletrificados estão rodando em mais de 70 países e em 6 continentes há mais de 10 anos.