Fiat Chrysler Automóveis aposta firme no novo Brasil
O Polo Automotivo Fiat, em Betim (MG), receberá a mais nova fábrica de motores GSE turbo da Fiat Chrysler Automobiles no mundo. A decisão foi anunciada pelo CEO mundial da FCA, Mike Manley, e pelo presidente e COO do grupo para a América Latina, Antonio Filosa, em solenidade que contou com a presença do governador de Minas Gerais, Romeu Zema, entre outros convidados ilustres, como John Elkann, chairman da FCA.
Para começar, a FCA e seus fornecedores investirão R$ 500 milhões para instalar a nova unidade de motores e transformar os novos propulsores turbo em flex. Esse aporte amplia para R$ 8,5 bilhões os investimentos programados para o Polo de Betim até 2024, o que representa o maior investimento da FCA no município mineiro desde a inauguração da fábrica, em 1976. Até 2024, a FCA e seus fornecedores planejam investir R$ 16 bilhões no Brasil, a maior soma em todos os tempos.
Por conta disso, a nova fábrica de motores gerará 1.200 novos empregos, transformando Betim no maior polo produtor de motores e transmissões da América Latina, com capacidade de fazer 1,3 milhão de unidades/ano a partir de 2020 – data de início da produção dos turbos. A nova unidade começará fazendo 100 mil propulsores turbolimentados por ano, mas já nasce predisposta à expansão. Os novos investimentos ampliam também a capacidade exportadora do Polo Automotivo Fiat, que já tem contratado o embarque de mais de 400 mil motores até 2022, incluindo até a Europa.
Com fábricas em Minas Gerais, Pernambuco e Paraná, a FCA programa 25 lançamentos até 2024, entre novos modelos, séries especiais e atualizações, sendo que em Betim está planejada a produção de 3 novos modelos a partir de 2020 – e 2 deles marcarão a entrada da Fiat no segmento de SUVs, que é o que mais cresce no mercado brasileiro.
NOVOS MOTORES – A nova família de motores turbo que será produzida em Betim – os já consagrados mundialmente GSE T3 e T4 e o novíssimo E4, de patente desenvolvida no Brasil, com inovadora tecnologia turbo voltada apenas à combustão de etanol – terá papel fundamental na expansão e diversificação da gama de veículos da FCA na região.
Ainda mais potentes, os motores turboflex 1.0 de 3 cilindros e 1.3 de 4 cilindros equiparão o topo da gama de veículos atual e futura da FCA, se juntando aos motores Firefly, lançados em 2016. Eles utilizam bloco de alumínio com alta rigidez estrutural, injeção direta de combustível, controle eletrônico das válvulas de admissão e arrefecimento misto (água/ar), entre outras inovações.
A chegada dos novos motores GSE Turbo também será base para o desenvolvimento de um revolucionário propulsor, por enquanto chamado de E4, que elevará os motores a etanol a outro patamar de aproveitamento energético. Trata-se de um motor concebido para uso otimizado do etanol, com o objetivo de reduzir o consumo em relação à gasolina (que é de 30%, hoje), para obter alta eficiência energética e baixo impacto ambiental. O emprego do etanol é uma vantagem do Brasil, que tem tecnologias e condições climáticas para sua produção competitiva a partir da cana-de-açúcar, além de estrutura eficiente de distribuição do combustível.
INDÚSTRIA 4.0 – A decisão de situar a nova fábrica de motores turbo em Minas Gerais foi decorrente de várias vantagens comparativas de Betim, a começar pela eficiência logística propiciada pela sua instalação no mesmo perímetro industrial da fábrica de automóveis. A linha de produção já nascerá usando o conceito da Indústria 4.0, com o mais avançado processo de manufatura, incluindo robôs colaborativos, sistemas avançados de visão para o controle do processo e tecnologias para otimizar o consumo de energia. A nova planta reunirá todas as etapas produtivas do motor, da usinagem do bloco e cabeçote às linhas de montagem. Todo o processo será conectado a uma central de gerenciamento, entregando propulsores 100% testados após cada etapa de manufatura, os credenciando para competir nos mais exigentes mercados. E a precisão do processo permitirá a rastreabilidade de cada componente montado.
CONFIANÇA – Esse investimento bilionário da FCA demonstra a total confiança do grupo no novo Brasil. Foi isso que John Elkann (chairman da Fiat Chrysler Automobiles), Mike Manley (CEO global do grupo) e Antonio Filosa (COO da empresa para a América Latina) expressaram ao presidente Jair Bolsonaro e a seu governo, que precisa aprovar um conjunto de reformas com o intuito de estabilizar as contas públicas e gerar o desenvolvimento sustentado do país. Durante audiência com o presidente Jair Bolsonaro e com o ministro da Economia Paulo Guedes, John Elkann disse: “A FCA sempre acreditou no Brasil, país no qual decidiu instalar-se em 1973. Nossa confiança se renova, ao enxergarmos com grande otimismo a determinação do governo brasileiro em aprovar as reformas estruturais tão necessárias para a retomada do crescimento econômico e para a melhoria da competitividade do país”. O chairman também assegurou ao presidente da República que fez questão de visitar o país neste momento, para expressar o otimismo da FCA com as perspectivas da economia e do desenvolvimento.
Já Mike Manley confirmou ao presidente Jair Bolsonaro o plano de investimentos do grupo no Brasil, em um ciclo de desenvolvimento e lançamento de novos veículos até 2024. “O Brasil tem grande importância estratégica para as operações globais da FCA”, afirmou o CEO.
SOCIAL – Ainda na cerimônia de anúncio do investimento na nova fábrica de motores, a FCA e o governo de Minas Gerais firmaram planos de cooperação para um amplo programa voltado à educação e capacitação em Engenharia Automotiva, incluindo até programas de residência tecnológica e pesquisa aprofundada para mestrandos e doutorandos. O objetivo é qualificar novas gerações de engenheiros e técnicos para as constantes evoluções da indústria automotiva. Também foi assinado termo de cooperação técnica entre a FCA e a Gasmig – concessionária de distribuição de gás natural de Minas Gerais – para a promoção e incentivo ao uso do GNV e do biometano como combustível veicular, já que a Fiat conta em sua gama com o Grand Siena GNV, que sai de fábrica preparado para usar gás natural como combustível.