A Abarth está celebrando 70 anos. Este marco importante no automobilismo é outro recorde da marca italiana. E celebrar esta data significa recordar as principais etapas e redescobrir a história de carros recordistas, os revolucionários kits de tuning, as corridas lendárias que marcaram o progresso tecnológico e as conquistas automobilísticas – as corridas Scorpion são consideradas as provas mais difíceis, em que as soluções tecnológicas mais inovadoras podem ser testadas nas condições mais adversas, antes de serem implementadas nos modelos Abarth.
Esse é um dos segredos da vitalidade da marca, que continua fascinando, como confirmam suas vendas recordes na Europa desde 2018, com quase 23.500 unidades e um crescimento de 36,5% sobre 2017. Os resultados foram particularmente notáveis em alguns mercados. Exemplo: ela bateu o recorde no Reino Unido (5.600 unidades vendidas e crescimento de 27%) e, só na Espanha, vendeu 1.450 unidades, representando também um crescimento de 27%. Além disso, sua base de fãs vem se expandindo num ritmo vertiginoso pela Europa, com quase 110 mil membros registrados na comunidade Abarth Scorpionship. O entusiasmo entre os aficcionados está em alta após as conquistas extraordinárias do Abarth 124 Rally, que foi renovado para continuar sendo o carro a ser superado na classe R-GT.
Os modelos comemorativos do 70° Aniversário do Abarth 595 e do Abarth 124, identificados por um emblema especial para torná-los ainda mais únicos e exclusivos – foram lançados para celebrar esse importante marco. As celebrações continuaram no Salão do Automóvel de Genebra de 2019, com a apresentação do novo 595 esseesse (também com o distintivo comemorativo) e com a edição limitada do 124 Rally Tribute, dos quais apenas 124 unidades serão produzidas.
HISTÓRIA – A lenda da marca com o emblema Scorpion começou em 31 de março de 1949, quando Carlo Abarth (1908-1979) fundou a Abarth & C. junto com o piloto Guido Scagliarini. Seu 1º carro foi o 204 A, derivado do Fiat 1100. Ele foi o centro das atenções em 10 de abril de 1950, quando Tazio Nuvolari o dirigiu em busca da vitória em sua última corrida, no Palermo-Monte Pellegrino. Na verdade, a interessante carreira de Carlo iniciou-se com motos e não com carros. Infelizmente, numa competição em Linz, um acidente o forçou a abandoná-las. Um 2º acidente mais grave o obrigou a abandonar completamente as corridas e marcou um novo começo. Em 1945, ele se mudou para Merano e virou oficialmente cidadão italiano. Então fundou a Abarth & C. em 1949 e teve a ideia de complementar as atividades de corrida com a produção de seus famosos kits de tuning para carros de produção em massa, com o objetivo de aumentar a potência, a velocidade e a aceleração. Destacam-se os componentes do escapamento, que se tornaram um verdadeiro ícone do estilo. Em alguns anos, a empresa se tornaria global e, em 1962, produzia 257 mil tubos de escape, 65% dos quais destinados aos mercados de exportação.
O auge veio quando um Fiat Abarth 750 projetado por Bertone quebrou o recorde de resistência e velocidade em 18 de junho de 1956 na pista de Monza, na Itália. Ele quebrou o recorde de 24 horas, cobrindo 3.743 quilômetros a uma velocidade média de 155 km/h. Então, de 27 a 29 de junho, no mesmo circuito, acumulou vários recordes: os 5 mil e 10 mil quilômetros, as 5 mil milhas e também as 48 e 72 horas. O mesmo veículo foi projetado pela Zagato em duas versões diferentes: os Fiat Abarth 750 Zagato e 750 GT Zagato, ambos de 1956. O rugido do carro chegou aos ouvidos de Franklin Delano Roosevelt Jr., filho do presidente dos Estados Unidos, que correu para a Itália para assinar pessoalmente um contrato de exclusividade para a distribuição desses veículos.
Em 1958, Abarth criou uma verdadeira obra de arte com o novo Fiat 500, transformando completamente o pequeno carro e aumentando seus potenciais. No mesmo ano, intensificou a parceria com a Fiat, já que esta se comprometeu a dar prêmios com base no número de vitórias e recordes que conquistasse. Um evento que formou a base da impressionante sequência de vitórias que estava por vir: 10 recordes mundiais, 133 recordes internacionais e mais de 10 mil vitórias em pistas de corridas.
Os anos 60 foram a década de ouro e Abarth virou sinônimo de velocidade, coragem, desempenho e desenvolvimento. E a lista de veículos que gravou o nome na história do automobilismo é longa: do 850 TC (vitorioso em todos os circuitos internacionais, incluindo o Nürburgring) ao Fiat Abarth 1000 Berlina e a 2300 S que obteve uma extraordinária série de recordes na pista de Monza. Em 1971 a Abarth foi totalmente assumida pelo grupo Fiat e a lenda continuou com o 124 (vencedor dos títulos europeus de 1972 e 1975), com o 131 (campeão mundial de ralis em 1977, 1978 e 1980) e com o Ritmo.
Carlo Abarth faleceu em 24 de outubro de 1979, sob o signo de Escorpião, o mesmo de seu nascimento e que inspirou o emblema em seus carros. Já o glorioso passado da marca foi atualizado em 2008, quando foi relançada com uma nova linha criada para entusiastas do automobilismo, incluindo o Abarth Grande Punto (de 2007) e o Abarth 500 (de 2008), além de kits de tuning. Teve também as versões de corrida Grande Punto Rally Super 2000 e 500 Assetto Corse. Desde então, novos modelos foram lançados: 695 Tributo Ferrari (de 2010), 595 Yamaha Factory Racing (de 2015), 695 Biposto Record (de 2015), 695 Rivale (de 2017), 124 spider (de 2016), 124 GT e o novo 595 (ambos de 2018). E hoje, a lenda celebra o 70° Aniversário com os Abarth 595 e 124, além do novíssimo esseesse 595 e do 124 Rally Tribute.
