Hospital Metropolitano fez ação na saída de Belém, para alertar sobre danos físicos em acidentes de trânsito
Motoristas, motociclistas, ciclistas e pedestres foram surpreendidos quando estavam saindo de Belém na última sexta-feira, 19 de julho de 2019. É que colaboradores e voluntários do Hospital Metropolitano de Urgência e Emergência se postaram no Km 3 da rodovia BR-316 totalmente maquiados como se estivessem feridos por conta de acidentes de trânsito. O objetivo da ação era chamar a atenção para os perigos da distração ao dirigir, pilotar, pedalar e andar a pé, bem como de alertar sobre quais áreas do corpo humano são as mais atingidas num acidente desse tipo.
Os materiais usados na maquiagem eram trigo, cola, papel higiênico, água, pigmentos de cosméticos e fragmentos de plástico. De acordo com a enfermeira Natacha Cunha, o processo de caracterização se baseou nos casos que chegam ao pronto atendimento. “Mostramos os ferimentos que realmente ocorrem em mecanismo de trauma de acidente de trânsito, atingindo principalmente a face e os membros superiores”, explicou.
Ao observar pessoas ‘ensanguentadas com escoriações e fraturas expostas’ era difícil imaginar que não era de verdade. “Deu agonia de ver, principalmente pelo sangue. Mas a ação é de suma importância, sobretudo nesse mês de férias, quando aumentam os acidentes. Meus tios já foram vítimas e ficaram internados no Hospital Metropolitano. Na minha família, aprendemos desde muito cedo que é preciso dirigir por nós e pelos outros, pois nunca estamos totalmente seguros”, falou o professor de Matemática, Edimilson Mendonça, um dos que passaram pelo local.
Parte do projeto Direção Viva: Você Consciente, Trânsito Mais Seguro, a ação também acontecerá na próxima sexta, 26 de julho de 2019, que marca o último fim de semana das férias. A coordenadora de Projetos Sociais do HMUE, Roberta Cardins, disse que o objetivo é “alertar a população de que, nas férias, as pessoas têm de se divertir, mas de forma consciente, para não transformar a alegria em tristeza. Não queremos que se tornem vítimas de acidentes que podem tirar a vida ou deixar sequelas irreversíveis”.
Na ação, o grupo entregou panfletos reforçando o uso do cinto de segurança, dos dispositivos de retenção (cadeirinha e similares) e do capacete (para motociclistas). Além disso, desencorajou beber e dirigir, usar celular quando estiver ao volante e correr demais, que são os principais fatores de riscos de acidentes, segundo a Organização Mundial de Saúde.
ESTATÍSTICAS – Localizado em Ananindeua, na região metropolitana de Belém, o Hospital Metropolitano de Urgência e Emergência chegou a atender em 2018 quase 16 mil pessoas oriundas de 25 municípios do Estado. Mais de 4.100 casos (25% do total) foram em decorrência de complicações no trânsito, causadas por colisões (40%), acidentes com motos (38%), atropelamentos (17%) e acidentes com bicicletas (5%).
No 1º semestre de 2019, as estatísticas pouco recuaram. Das mais de 7.700 pessoas atendidas até junho de 2019, quase 2 mil casos foram relacionados à insegurança no trânsito. Foram 801 ocorrências de colisões automotivas (41%), 692 acidentes com motocicletas (35%), 352 atropelamentos (18%) e 94 casos envolvendo bicicletas (5%). Ainda foram registrados 13 acidentes náuticos, frente à nenhuma ocorrência em 2018 – ou seja, os cuidados com o trânsito não devem ser restritos às vias terrestres.