Pará sediará rali de veículos elétricos em 2021
O Pará entrou na rota mundial das competições automobilísticas sustentáveis e sediará, em outubro de 2021, a 1ª edição do Extreme E, um rali que reúne exclusivamente veículos 4×4 que não usam combustíveis fósseis. O evento internacional acontecerá numa região no entorno de Santarém, no oeste paraense. Segundo o governador Helder Barbalho, “A iniciativa deve trazer um ganho econômico estimado em 50 a 100 milhões de dólares para as localidades onde o evento ocorrer. E o nível de repercussão que isso trará ao Estado é absolutamente importante.”.
O Extreme E será realizado em apenas 5 locais em todo o mundo e as provas serão em lugares com características únicas, que os diferenciem dos demais. Até o momento, além do Brasil, o único país que já foi selecionado pra receber o rali é a gelada ilha da Groenlândia, próxima da costa norte-americana. O ponto em comum entre os locais onde as competições ocorrerão é a importante mensagem de preservação do meio ambiente. “Ártico, Oceano Pacífico, desertos, montanhas no Himalaia e a floresta amazônica. Todos os locais onde pretendemos realizar as provas possuem relação de atenção com as mudanças climáticas. Cada lugar tem um desafio especial e nós temos um legado para deixar para eles.”, disse o produtor do Extreme E, Alejandro Agag.
DIVULGAÇÃO – O Extreme E é uma competição organizada pela iniciativa privada, com apoio do Governo do Pará, aliando conscientização ambiental, potencial turístico regional e inovações no mercado automotivo. Ela será transmitida para cerca de 120 canais nacionais e internacionais, alcançando cerca de 200 milhões de expectadores dos 5 continentes, para que conheçam mais sobre as cidades que receberão a prova. A equipe de produção do rali já iniciou as filmagens e coletou os primeiros depoimentos na região amazônica, para propagandear as competições.
Para Helder Barbalho, a divulgação do potencial local é um dos principais pontos positivos que a competição trará ao Pará. Segundo ele, o turismo em Santarém vem crescendo ano a ano, gerando e impulsionando cada vez mais eventos privados. “O que estamos festejando é essa articulação, que é extremamente relevante, porque entendemos que um evento desta magnitude, de caráter global, chamará a atenção para os amantes da floresta e do turismo ecológico, para que possam colocar o Pará dentro das suas rotas. No momento em que se pensar em falar de turismo de floresta, muitos se lembrarão e escolherão o nosso Estado”, afirmou o governador.
LEGADO – O Extreme E reunirá 13 competidores de alto nível e 25 veículos adaptados para cenários naturais. O Pará será palco da última prova da temporada e, nas localidades por onde os carros passarão, não será preciso realizar obras, uma vez que o desafio é enfrentar o terreno natural da região amazônica, incluindo florestas, pastagens e muita água. A expectativa é que a competição seja anual e que ocorra por 5 anos. Ao fim da prova, a distância que for percorrida será reflorestada, com a intenção de estimular ações socioambientais. “A iniciativa de recompor e preservar a floresta é importante, principalmente porque chamará a atenção dos investidores do evento e do mundo todo, que conhecerão a agenda ambiental que é desenvolvida pelo Governo do Pará”, comentou o titular da Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Sustentabilidade, Mauro Ó de Almeida.
ESTUDO – Durante o recente Congresso Brasileiro de Mobilidade e Veículos Elétricos, que aconteceu paralelamente ao Veículo Elétrico Latino-Americano, no Transamérica Expo Center, em São Paulo, a Ipsos apresentou um estudo inédito, focado no comportamento do consumidor em relação aos veículos híbridos elétricos. Segundo a pesquisa, hoje, os fatores que mais incomodam os motoristas nos veículos movidos a combustão são a emissão de poluentes e o alto preço do combustível. E entre o público entrevistado ficou evidente que os homens da geração Z e com maior renda são os mais familiarizados com o tema.
Outro dado relevante mostra que 80% dos entrevistados compraram um carro híbrido devido à economia de combustível e 55% dos que já têm um híbrido afirmam que a próxima troca será por um novo híbrido ou elétrico. Também foi possível identificar que o carro elétrico ideal pro brasileiro deve ter atributos como carregar entre 20 e 30 minutos, rodar entre 200 e 300 quilômetros, ser carregado uma vez ao dia, ter o mesmo design que os carros a combustão e ter a energia elétrica como fonte primária.
Pelo estudo, as empresas que moverão esse setor serão as montadoras tradicionais (80%) e as de tecnologia (28%) e de carsharing (19%). A pesquisa também detectou pontos que devem ser avaliados pra melhorar as condições e estimular a maior demanda por automóveis elétricos no Brasil: para 35% dos entrevistados, não há facilidade para encontrá-los no mercado; 33% afirmam que não é fácil encontrar estações de carregamento; 32% acham alto o custo geral; 30% os acham muito caros; e 29% acreditam que a autonomia não é adequada para longas distâncias.