Fiat Uno já tem 35 anos de histórias
Em agosto de 1984, a Fiat apresentou um novo conceito mundial de carro, revolucionário e que cairia no gosto popular. Chamado Uno e trazendo o slogan “Pequeno por fora e grande por dentro”, ele se transformou num ícone por oferecer grande espaço interno, mesmo sendo compacto.
Resultado: em pouco tempo conquistou o consumidor, num sucesso perene que lhe mantém até hoje na linha de produção, 35 anos depois – são poucos os que conseguem sobreviver a tantos anos na indústria, e sempre evoluindo. Desenhado pela lenda Giorgetto Giugiaro, ele foi lançado em 1983 na Itália e logo depois chegou adaptado aos nossos usos e costumes, sendo mais resistente ao uso severo e às nossas estradas e ruas, além de ter mala maior. Com isso, recebeu elogios até mesmo dos italianos – tanto que mais tarde começou a ser exportado pra lá.
Além de ser um grande sucesso de vendas e crítica, o Uno recebeu mais de 20 prêmios. Já em seu primeiro ano de mercado, foi o Carro do Ano da revista Auto Esporte, fato que se repetiu em 1992. Com a segunda geração, venceu também em 2011, inclusive pelo voto popular. Com mais de 4 milhões de unidades produzidas em Betim (MG), ele é o modelo mais vendido da marca até hoje e também é exportado para países como México, Chile, Uruguai, Colômbia, Peru, Argentina, Costa Rica, Bolívia e Guatemala.
INOVADOR – Uno significa um, único, singular, individual. E pioneirismo é a palavra que sempre o acompanhou. Precursor do carro popular, ele honrou a tradição de inovação e agilidade da Fiat ao ser protagonista de momentos importantes da indústria: foi o 1º carro mundial da marca vendido no Brasil, pioneiro no segmento 1.0, 1º turbo feito em série e o nº 1 no gosto dos brasileiros por anos. Relembre a trajetória do lendário compacto.
Em 1984, o Fiat Uno chegou ao mercado brasileiro, usando o slogan “De tempos em tempos, o homem produz uma obra de gênio”.
Com motores 1.050 a gasolina e 1.300 flex, ele tinha 3 versões: S (de Super, que era a versão de entrada), CS (de Confort Super, a versão mais luxuosa) e SX, de Sport Experimental, versão mais esportiva e cujo motor 1.3 tinha carburador de corpo duplo, gerando maior potência: 71,4 cavalos com gasolina e 70 cavalos com álcool. Além disso, seu painel tinha instrumentos adicionais (contagiros e manômetro de óleo) e faróis de longo alcance no para-choque, dotado de discreto defletor.
Mas era na forma que o Uno se destacava, devido às linhas modernas pra época e à aerodinâmica eficiente. Foi destaque pelo bom desempenho e economia, além de ter carroceria alta e angulosa que aproveitava ao máximo o espaço. Os vidros ofereciam ampla visibilidade e, pela 1ª vez no Brasil, o limpador de para-brisa usava um braço só. Dentro, trazia soluções inteligentes como o curso dos bancos dianteiros e o painel que permitia que as funções de iluminação e limpador de para-brisa fossem operadas com as mãos no volante. Foi o carro brasileiro mais moderno da época.
Em 1985 chegou o modelo 3 volumes (sedã), chamado Prêmio e equipado com motor 1.5; seguido da perua Elba, lançada em 1986. Ambos foram baseados no Uno.
Em 1987, faixas laterais, rodas mais largas, pneus especiais, tampa traseira preta e cintos vermelhos marcaram o visual do esportivo 1.5R, que tinha 86 cavalos, chegava aos 100 km/h em 12 segundos e atingia os 162 km/h. Trazia freios dianteiros a disco ventilados, caixa de câmbio com escalonamento novo e suspensão endurecida por barras estabilizadoras e amortecedores mais firmes.
Em 1989 ele ganhou mais cilindrada e passou a se chamar 1.6 R. Em 1992 chegou a versão 1.5 i.e, com injeção monoponto digital integrada à ignição.
Em 1988 surge o Furgão, sem bancos e revestimentos traseiros e que trazia placas metálicas no lugar dos vidros, para uso utilitário. Com amplo espaço pra carga e capacidade de 1.300 litros, mantinha as formas originais do Uno e gerou outro sucesso: o furgão Fiorino, até hoje líder do segmento.
Em 1990 chegou o Mille (mil em italiano), em referência ao motor 1.0. Já neste ano teve 100 mil unidades vendidas, o consolidando como líder. O interior bem acabado incluía colunas revestidas e centro dos bancos em tecido, que facilitava a ventilação. E trouxe evolução técnica importante: braços tensores para o posicionamento das rodas dianteiras, tarefa que antes cabia à barra estabilizadora. Isso melhorava a precisão e assegurava geometria constante mesmo sob aceleração máxima.
Em 1991 chegou a série especial Brio, equipada com carburador duplo e que gerava 54 cavalos de potência. A gama foi remodelada, trazendo faróis e grade do radiador de perfil mais baixo (inspirados na versão italiana) e suspensão dianteira com 2 braços tensores longitudinais.
Em 1992 chegou o Uno com ignição eletrônica mapeada, que gerava uma melhor dirigibilidade. Mais ágil e com 56 cavalos de potência, ele foi o primeiro do seu segmento oferecendo 4 portas e ar-condicionado, itens até então só encontrados em veículos de luxo.
Em 1994 chegou o Mille de luxo, o ELX, com vidros dianteiros elétricos e trava central das portas.
Em 1995 ele evoluiu para a versão EP, que trazia injeção eletrônica, lanternas fumês, rodas de alumínio, alarme e sistema de travamento das portas à distância.
Em 1994 chegou o Uno Turbo, com desempenho invejável (0 a 100 km/h em 9,2 segundos e máxima de 195 km/h) e resfriador de ar e radiador de óleo.
Outra novidade foi o programa Mille On Line, que estabeleceu novo parâmetro de relacionamento com o cliente, permitindo escolher versão, cor e equipamentos, informando dia de entrega e valor do veículo.
Em 2000, o Fiat Uno já tinha mais de 1,2 milhão de unidades comercializadas e ganhou um novo motor no ano de 2001 (o Fire 1.0 de 8 válvulas e 55 cavalos de potência), além de grade, calotas e volante trazendo o logotipo comemorativo dos 100 anos da marca italiana.
Ao completar 20 anos no país (2004), passou por repaginação visual: além do novo logo Fiat (redondo e com fundo azul), a frente foi remodelada, com faróis de superfície complexa e ampla grade. Na traseira recebeu lanternas redesenhadas. O interior tinha CD player e direção assistida.
Em 2008, o Mille ficou ainda mais melhor com a versão Economy, cujos aprimoramentos técnicos o deixaram 10% mais econômico.
Em 2010 chegou a segunda geração, com o design ‘quadrado arredondado’ e que estreava 2 motores da família Fire: 1.0 e 1.4 Evo. Tinha 4 versões, todas com 4 portas: Vivace 1.0, Attractive 1.4 e Way 1.0 e 1.4. Com tantos atrativos, encheu a sala de troféus da Fiat: Carro do Ano 2011 e Carro do Ano 2011 pelo voto popular (revista Auto Esporte); Melhor Carro Imprensa Automotiva, Melhor Carro Nacional e Melhor Carro Popular (Abiauto); Melhor Carro até 1.000cc e Melhor Carro de 1.000 a 1.599cc (Top Car TV); Melhor Carro Nacional (Car Magazine) e 10 Best 2011 (Car and Driver).
Em 2013 foi lançada a série especial Grazie Mille, com tiragem limitada a duas mil unidades, na cor exclusiva verde Saquarema e que marcou a despedida do Uno de aparência quadradinha.
Em 2016 ele foi novamente reestilizado e escolhido pra ganhar a nova e avançada família de motores FireFly (que hoje também equipam Argo e Cronos) e incluindo tecnologias de segurança como assistente de partida em subida e controles de tração e estabilidade.
Este ano, o Uno segue em ótima forma e foi o compacto com maior crescimento de vendas no 1º semestre: 101,3% mais que em 2018. Tem 4 versões: Attractive 1.0 (R$ 46.490), Drive 1.0 (R$ 47.990, com direção elétrica), Way 1.0 (R$ 49.990) e Way 1.3 (R$ 53.990). E, desde a versão de entrada, já traz ar-condicionado, faróis com máscara negra e vidros elétricos dianteiros com sistema um toque e sensor antiesmagamento.