Amortecedores: é possível trocar apenas uma peça? Especialista da Monroe esclarece.
A troca dos amortecedores é essencial na manutenção preventiva dos veículos e desempenha um papel crucial para o conforto e para a segurança de motoristas e passageiros. Sua realização é recomendada sempre que forem constatados desgastes ou danos que comprometam a eficiência, a dirigibilidade e estabilidade do veículo durante a condução. A DRiV, divisão do grupo Tenneco, é detentora da Monroe, pioneira em amortecedores, tendo desenvolvido o primeiro amortecedor automotivo do mundo, em 1926. Essa invenção trouxe mais segurança e conforto ao guiar e, desde então, se mantém como um dos itens principais na composição do sistema de suspensão automotivo.
No entanto, existem situações que geram dúvidas ao consumidor e até mesmo ao reparador, em relação à necessidade de troca dos amortecedores. E uma delas ocorre quando se constata o diferente estado de conservação entre eles durante uma inspeção mecânica, como explica Juliano Caretta, supervisor de treinamento técnico da Monroe: “Podem haver situações em que apenas um dos amortecedores apresente problemas, diferentemente dos demais. Nesse caso, a troca se faz necessária. E não pode ser apenas do amortecedor danificado, pois isso afeta a dirigibilidade e segurança do veículo”.
É por isso que os amortecedores são trocados sempre aos pares, em cada eixo do veículo, como ressalta Caretta: “Os amortecedores trabalham aos pares, na dianteira e na traseira do veículo. Portanto, precisam estar nas mesmas condições. Ao se ter diferença entre eles, há o comprometimento de rolamento durante curvas e manobras, gerando instabilidade, com tendência de rolagem excessiva ou inclinação da carroceria. Também há o desgaste desigual dos pneus, devido à distribuição inadequada de carga sobre eles, causando deterioração excessiva em certas áreas. Com a combinação no mesmo eixo de amortecedores novos e usados, o consumo do pneu pode ser mais acentuado, prejudicando a aderência e a estabilidade do veículo”.
O executivo ressalta outro fator comprometedor no caso de apenas um dos amortecedores ser trocado, no caso de automóveis equipados com sistemas de segurança ativos: “Em veículos mais modernos, temos dispositivos como freios ABS e controles de estabilidade e de tração, que dependem dos dados fornecidos pelos sensores dos componentes para o gerenciamento da performance do carro,de acordo com as condições da pista. Se um dos amortecedores estiver em condições diferentes daquelas de seu par, a leitura dos dados enviados aos dispositivos não será correta e poderá influenciar negativamente no funcionamento, comprometendo a segurança ao dirigir”.
Mas afinal, quando se tem apenas um amortecedor danificado, deve-se trocar apenas o par afetado ou todo o jogo? Juliano explica: “O ideal é optar pela troca do conjunto todo, mesmo que os demais amortecedores ainda estejam em condições de uso. Assim, o usuário terá a certeza de que todos os amortecedores estão trabalhando nas mesmas condições e dentro dos mesmos prazos de troca. Também é importante optar pela mesma marca e linha de amortecedores, uma vez que eles são desenvolvidos sempre considerando o uso em conjunto nas suspensões dianteira e traseira. Amortecedores de marcas diferentes podem apresentar características distintas de funcionamento, mesmo que sejam destinados ao mesmo modelo de veículo”.
Se o consumidor optar por realizar a troca apenas do par afetado, deve-se levar em consideração a diferença da vida útil entre os amortecedores e lembrar de realizar as revisões com maior frequência, para evitar situações de risco. Nesse caso, Juliano ressalta como se precaver para evitar riscos nessa situação: “Realize as revisões dos amortecedores de acordo com o prazo estipulado no manual do veículo, mas considerando as diferenças de uso entre eles. Na dúvida, considere o período dos amortecedores mais antigos para as revisões”.