Citroën Traction Avant é um marco no mundo motorizado
A Citroën é dona de uma das mais ricas e deliciosas histórias no mundo do automóvel. Se hoje milhões de automóveis produzidos ao redor do mundo têm configuração monobloco e tração dianteira, eles têm que agradecer ao Traction Avant, até hoje um dos Citroën mais icônicos e desejados por colecionadores.
Apresentado em abril e lançado em maio de 1934, ele antecipou o padrão motriz dos automóveis do futuro, desenvolvido que foi por André Lefèbvre e Maurice Sainturat em somente 18 meses.
Equipada com motor de 1.303 cm3 e 32 cavalos, a versão 7A é uma das mais raras, com 7 mil unidades fabricadas até julho de 1934. Depois vieram os modelos 7B (com 1.628 cm3 e 38 cavalos) e 7 Sport (com 1.910 cm3 e 48 cavalos).
Os números se referiam ao sistema europeu de taxação de impostos, baseado na dimensão dos cilindros. Era possível escolher entre as carrocerias Berline (sedã), Faux Cabriolet (conversível) e Roadster (conversível de 2 lugares).
Em 1938 chegava a versão 15-Six G, com motor 6 cilindros de 2.867 cm³ e 77 cavalos de potência, mais câmbio manual de três marchas e suspensão hidropneumática, que misturava gás e fluído. Foi aí que ele ganhou o apelido “Queen of the Road” (rainha da estrada), por entregar conforto ao rodar.
O mais popular foi o modelo 11. Das 759.123 unidades produzidas do Traction Avant, mais de 620 mil foram deste modelo, destacado pelas configurações Familiale (com nove lugares) e Coupé (com cinco lugares).
Largo, o Traction Avant exigia perícia nas estreitas ruas europeias pré-guerra, mas sua suspensão independente com barra de torção e sue moderno sistema de direção ajudavam. E facilitava a vida dos mecânicos, já que motor, câmbio, radiador e suspensão dianteira eram acessíveis através de um capô na longitudinal.
Desenhado por um escultor que jamais tinha desenhado um carro (Flaminio Bertoni), ele possuía maçanetas Art Deco, belas e práticas. E saiu de linha em julho de 1957, após 23 anos de produção.