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Como as frotas elétricas podem impactar o futuro das cidades

A cidade de São Paulo está avançando cada vez mais na eletrificação das suas frotas de ônibus. O município que é capital do Estado de São Paulo também prevê que, até o ano de 2024, terá aproximadamente 2.600 ônibus circulando pelo coração econômico do Brasil. Mas essa iniciativa não é algo isolado e os veículos elétricos estão ganhando cada vez mais espaço no poder público – até mesmo as Guardas Municipais de cidades como Florianópolis (SC) e Curitiba (PR) já contam com modelos eletrificados.

Porém, ainda existem poucos ônibus elétricos circulando pelo território brasileiro, segundo a plataforma E-Bus Radar, desenvolvida pelo Laboratório de Mobilidade Sustentável da Universidade Federal do Rio de Janeiro. São cerca de 3.703 ônibus elétricos na América Latina, sendo que o país com o maior número de eletrificados é a Colômbia (1.589), seguido do Chile (849), do México (556) e do Brasil. Dentre as marcas mais populares, não estão fabricantes brasileiras e sim a chinesa BYD, que fica em primeiro lugar, com um total de 2.152 modelos em circulação. A cidade com o maior número de ônibus elétricos é Bogotá, com 1.408. São Paulo fica na 4ª posição do ranking, com 219 ônibus elétricos atualmente em circulação.

De acordo com Ricardo David, sócio-diretor da Elev, existe um mito de que a eletromobilidade é algo mais voltado para um público específico, dono de um maior poder aquisitivo: “A eletromobilidade vem avançando muito nos últimos anos e pode transformar a realidade dos municípios de todo o Brasil. Isso porque os elétricos estão presentes em cada vez mais setores, da logística ao transporte público. E a primeira experiência com os eletrificados de muitos está exatamente nos ônibus elétricos”. Mas o especialista aponta que os eletrificados podem transformar a forma dos municípios verem suas frotas: “Com projetos que busquem os carros elétricos como alternativa viável aos veículos a combustão, a longo e a médio prazo os cofres públicos serão poupados, porque os elétricos possuem manutenção mais barata e não dependem do valor variável do petróleo”.

Ricardo ainda considera a possibilidade de, se mais leis forem feitas para a eletrificação dos ônibus, o valor da passagem pode registrar diminuição: “O alto custo das passagens de transporte urbano é um problema que os brasileiros enfrentam no dia a dia. Se tivermos mais investimentos pra diminuir o impacto dos combustíveis fósseis e a manutenção elevada dos ônibus a diesel ou gasolina, teremos resultados positivos”. Porém, Ricardo aponta que é necessária uma política nacional para os carros elétricos, seguindo o que está acontecendo noutros países, como nos Estados Unidos: “No período eleitoral foi apresentado um projeto para a chapa vencedora das eleições, mas é importante que esse movimento seja realizado pela federação nos próximos anos”.

Além disso, a eletrificação como política pública pode ser tratada como tema de saúde. O especialista afirma que um dos grandes combates que a eletrificação das frotas realiza é a questão das doenças respiratórias, algo que foi intensificado nos países da América, com a pandemia chinesa: “Os elétricos diminuem o impacto de CO2 e as doenças respiratórias. Além disso, as frotas elétricas municipais podem ser usadas como geradores emergenciais para hospitais. Desse modo, o investimento do poder público nos elétricos pode ser visto por perspectivas de economia, democratização do transporte e até como medida de bem-estar e saúde”.

Auto Destaque

O Caderno Auto Destaque é publicado ininterruptamente desde 1987 no jornal Diário do Pará, apresentando lançamentos e tudo mais sobre o mercado automotivo.

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