Como deve ser uma restauração padrão de carro antigo?
É fato que o antigomobilismo vem crescendo no Brasil, com uma grande quantidade de eventos. Também já é crescente a procura de colecionadores pelo trabalho de restauração de alto nível. Mas como deve ser feita uma restauração de nível internacional? Quais são as boas práticas na hora de se restaurar um clássico? A A.M. Marcelo divulga seu know how obtido em 50 anos de trabalho. “Nossa especialidade após termos restaurado carros altamente colecionáveis como Mercedes-Benz, Jaguar, Porsche, Ferrari, Rolls-Royce e Lamborghini é a de restaurar clássicos com excelência e originalidade nivelada a qualquer oficina na Europa”, explica Matteo Petriccione Jr., diretor da oficina especializada.
A seguir, os especialistas da empresa mostram 10 práticas para uma boa restauração de um carro antigo. Informação precisa é a primeira dica. Catálogos oficiais, manuais e reportagens de época ajudam a compor as referências durante o processo. “É preciso ter cuidado com o ano, o modelo e a versão do carro, pra evitar erros, o que poderia levar a uma desvalorização do veículo”, explica Petriccione. Ao restaurar um clássico, se aproveita a maior parte das peças. Itens de desgaste natural como abraçadeiras, mangueiras e presilhas são trocados. Para uma restauração digna de um concurso de elegância, o cuidado deve ser maior até mesmo nestes itens de desgaste natural, pois contarão pontos na avaliação final. A restauração inclui o processo de decapagem, que deve ser feito com hidrojateamento. Até chegar à lataria, que é quando o real estado do carro será revelado, é preciso ser cuidadoso.
Com o carro já na lata, é aplicado um produto para que a ferrugem não se espalhe. Na substituição das chapas, no uso de gabaritos já existentes ou fabricados na hora, é preciso ter atenção com os vincos, com a medida de peças, com suas dimensões exatas e com o alinhamento dos painéis – que aliás é um critério de muito valor na avaliação de jurados em prêmios internacionais. Com o carroceria pronta, é feita a preparação de pintura, onde são realizados os alinhamentos finais até a pintura definitiva.
Além da cabine de pintura e do devido isolamento, que é um procedimento padrão, há 2 caminhos diferentes para pintar um veículo. São 2 processos distintos. No primeiro, o cliente busca por reviver a originalidade dos tons de seu automóvel como saiu de fábrica o que antecipa um pouco o processo, pois a oficina se baseia nos códigos originais reproduzidos pelo banco de dados da montadora e do fabricante fornecedor dos pigmentos. No segundo processo, que é um pouco mais demorado, mas muitas vezes mais satisfatório, o cliente tem desejo por fazer algo do seu jeito, combinado uma cor mais moderna e/ou inusitada para a época, tanto externamente quanto internamente. Nesse processo a oficina faz algumas amostras da pintura antes, para serem examinadas pelo cliente.
Depois vem o processo de pintura, que leva menos tempo, mas requer cuidado com as camadas aplicadas e onde é preciso verificar possíveis correções antes do pré-acabamento. Esse estágio leva mais algumas semanas, até se ter certeza da qualidade a ser entregue. Por fim, a carroceria segue para a montagem das peças, que é tão importante quanto às demais etapas, sendo feita com extremo cuidado.
Após a montagem, começa a fase de testes e de finos ajustes da parte mecânica, onde o carro recebe uma placa verde para poder rodar e ser avaliado na prática, num processo que inclui até uma apólice de seguro, para total segurança do proprietário da raridade. Por fim, o cliente faz uma inspeção final pra verificar se o trabalho atendeu às exigências. E com a aprovação, o carro é entregue.