Condomínios precisam se adequar aos veículos elétricos
O aumento da frota de automóveis híbridos e totalmente elétricos não é uma surpresa. Com cada vez mais carros disponíveis no mercado nacional, além de empresas investindo em peso no Brasil, como a BYD, o consumidor tem apostado cada vez mais nesses veículos. Porém, por mais que o segmento de carregadores públicos e semipúblicos tenha acompanhado o crescimento de vendas desses modelos, ainda é necessária a estruturação de condomínios e espaços compartilhados.
Dados da Associação Brasileira do Veículo Elétrico (ABVE) apontam que as vendas de veículos eletrificados cresceram mais de 40% em 2022, em relação a 2021. Dentre os motivos que explicam o aumento, a associação aponta o crescimento da oferta de carregadores públicos e semipúblicos – no total, são mais de 2.800 eletropostos no país.
Porém, especialistas apontam para alguns pontos que precisam de atenção: a necessidade de um plano nacional de eletromobilidade e a entrada dos condomínios no debate, com a apresentação de soluções coletivas para o carregamento elétrico nesses locais. Os novos empreendimentos residenciais de grande porte já trazem postos de recarga, mas essa tecnologia também precisa ser levada a locais já construídos, que precisam se adaptar. Não basta apenas conectar o carro elétrico na tomada do condomínio e pronto. São necessários investimentos e adaptação.
Outro ponto que pode pegar os empreendimentos residenciais de surpresa é a legislação. Recentemente, o Parlamento Europeu aprovou uma medida que tem o objetivo de zerar as emissões para os novos veículos de passageiros e comerciais até 2035. A ideia segue o que foi definido na Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima de 2021 (COP26). Deste modo, medidas públicas de incentivo ao setor dos eletrificados podem estimular uma corrida dos condomínios para se adaptarem. Até porque, quando as pessoas compram automóveis elétricos, elas vão querer ter o conforto de carregar em suas casas, por mais que os carregadores públicos e semipúblicos tenham vantagens, como ter um preço de energia mais barata.
Além dos condomínios, os municípios também precisam atentar a esse segmento, principalmente se considerar o avanço do setor dos ônibus elétricos – exemplo: até 2024, a cidade de São Paulo deverá ter 2,6 mil ônibus do gênero circulando.
BOLA DA VEZ – Um levantamento da consultoria McKinsey indica que praticamente dois a cada três brasileiros (64%) enxergam com bons olhos ser dono de um veículo com energia limpa. Quando se fala em automóvel elétrico, é evidente que a questão ambiental aparece como o principal fator de popularização e aceitação, pois é um carro que não lança dióxido de carbono no meio ambiente. Além disso, ele facilita a incorporação de novidades, como computadores e utilização de inteligência artificial para poupar energia e facilitar a direção do motorista.
Por fim, a utilização de energia elétrica se consolida como a principal alternativa para manter a produtividade do setor, sem que isso resulte em perda de desempenho. Fora o fato que veículos elétricos têm uma melhor relação custo-benefício tanto para as fabricantes quanto para os motoristas, pois não há queda de potência em relação à combustão e a vida útil da bateria é tão boa ou até melhor que a de um motor a combustão, mesmo com o custo similar da produção.