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A história de sucesso da Porsche em Le Mans

A Porsche criou momentos para a eternidade em Le Mans. E o Porsche Museum se dedicou extensivamente ao principal tema do patrimônio: “A história de sucesso da Porsche em Le Mans”. O ponto de partida foi em 1951, ano em que a montadora germânica conquistou a vitória da classe com o modelo 356 SL.

Mais 107 vitórias da classe e 19 no total acompanharam o triunfo com o Coupé de liga leve. Os seguintes modelos estiveram em exibição: 917 KH (de 1971), 936/81 e 924 GTP (de 1981), 962 (de 1987), 911 GT1 (de 1998) e o 919 Hybrid (de 2017).

Setenta anos depois, a Porsche lançou a série Moments, onde dedicou seis episódios a este famoso capítulo, prestando uma homenagem aos muitos momentos historicamente significativos em Le Mans através da mídia, internacionalmente, e na sede em Zuffenhausen. O vencedor de Le Mans e campeão de resistência, Timo Bernhard, conduzia os fãs através dos episódios, como se fosse o apresentador.

Porsche Moments: Timo Bernhard e Fritz Enzinger com o Porsche 356 SL ano 1952

Para o primeiro episódio da Porsche Moments, Timo Bernhard convidou um companheiro que não via há anos: Fritz Enzinger, vice-presidente do automobilismo na Porsche, que conduziu a marca alemã a três vitórias em Le Mans.

A reunião em frente ao histórico prédio de tijolos de Werk 1 foi como um encontro de velhos amigos – é como se os dois tivessem trazido a lenda de Le Mans à Zuffenhausen.

A confiança e a amizade são importantes para o sucesso nas corridas” explicou Enzinger, ao sair do 356 SL – o SL significa Super Light. Graças à sua carroceria de alumínio, o Coupé pesa apenas 680 quilos, quase 120 quilos a menos que os 356 Coupés de carroceria de aço produzidos pela Reutter em Stuttgart, em novembro de 1949.

Wilhelm Hild, da equipe de trabalho da Porsche, deu ao 356 SL o apelido de ‘lata de alumínio’”, Enzinger revela e ri. Internamente, o carro levava o nome de “Type 514 Porsche Sport para Le Mans 1951”.

A partir de 1948, a Porsche construiu 44 unidades do modelo Coupé Type 356/2 em Gmünd, na região da Caríntia, na Áustria. Outras 11 carrocerias chegaram a Stuttgart, na Alemanha, e algumas foram posteriormente desenvolvidas lá mesmo. O carro apresentado no primeiro episódio da Porsche Moments foi o ‘padrinho histórico’ do vencedor da classe e foi produzido em 1952 – um ano depois do carro vencedor original número 46.

Imagine só: um carro com menos de 50 cavalos de potência percorre 2.840,65 quilômetros em Le Mans, a uma velocidade média de 118,36 km/h. E isso no ano de 1951! Ele viajou para a corrida por rodovia e depois retornou à Zuffenhausen por estradas rurais”, comentou Enzinger. O modelo vencedor foi pilotado pelo importador francês Auguste Veuillet e seu compatriota Edmond Mouche, dois pilotos para uma corrida de 24 horas.

O encontro de Bernhard e Enzinger na frente do Werk 1 foi simbólico para a jornada da Porsche de Zuffenhausen à vitória da primeira classe em Le Mans. Originalmente, a equipe havia começado no prédio Reutter.

Hoje em dia, é inconcebível dirigir carros de competição por estrada até Le Mans”, disse Bernhard sobre a arriscada viagem de 11 horas realizada em 16 de junho de 1951. “A saída foi às 7h15 da manhã, sendo que Ferry Porsche dispensou a equipe”, disse Enzinger, que mostrou fotos históricas e verbetes sobre esse momento no diário do designer-chefe Karl Rabe. O piloto Veuillet e o diretor de corrida Charles Faroux conseguiram convencer Ferdinand e Ferry Porsche a participarem de Le Mans no Salão do Automóvel de Paris no ano anterior.

O caminho para a vitória da primeira classe em 24 de junho de 1951 provou ser longo – dois dos três carros de competição e treinamento já tinham sofrido acidentes quando a corrida começou. Todas as esperanças estavam concentradas no compacto restante e em seu motor boxer de quatro cilindros e 46 cavalos de potência, com cilindrada aumentada. “Se você ganha em Le Mans com um Porsche, isso repercute em toda a empresa. Deve ter sido o mesmo com a vitória da primeira classe. Le Mans é simplesmente um lugar mágico”, lembrou Enzinger.

O melhor Porsche Moment de Enzinger na França foi a vitória no ano de 2015: “Dominamos desde os primeiros treinos livres. Uma sensação indescritível. O suspense atingiu o pico na linha de chegada.”

O Porsche Moment pessoal de Timo Bernhard foi a vitória final no ano de 2017. “Ganhar três anos consecutivos somente é possível com a melhor equipe. Viemos de 21 nações – e todos tínhamos o mesmo objetivo”.

Falando sobre a “mesma coisa”, Fritz Enzinger sempre teve o mesmo quarto de hotel desde o ano de 2014, o de número 424, uma tradição que ‘acalmava os seus nervos’.

Outra tradição da Porsche é a transferência da tecnologia do automobilismo pra produção. “As pistas de corrida são laboratórios de desenvolvimento das tecnologias da marca. Na Porsche, as soluções inovadoras devem ser comprovadas nas condições mais árduas. Só então elas podem ser colocadas em veículos rodoviários. No momento em que o carro voltou pra casa, quando o motor do 356 SL foi ligado, o Porsche tinha cerca de 4 cavalos a mais, conforme as anedotas”, disse Bernhard.

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