TEST-DRIVE DO CITROËN C4 CACTUS FEEL PACK 1.6 AUTOMÁTICO: SUV com ‘cara’ de esportivo
Produzido e desenvolvido no Brasil, o Citroën C4 Cactus se destaca no meio da multidão e no trânsito das grandes cidades. Sempre ficava de olho num, quando estava à minha frente. Indiscutivelmente, ele é chamativo e expressivo, seja de frente, de lado ou de traseira. E depois que tive a oportunidade de avaliá-lo, ratifiquei as minhas impressões. Na cor branco Banquise, o modelo na versão Feel Pack 1.6 me foi cedido gentilmente pela Citroën do Brasil, entregue através da concessionária Revemar Citroën de Belém do Pará.
A Citroën chama ele de SUV, mas esteticamente ele não parece tanto um, apesar de ter uma boa altura em relação ao solo (225 mm) e bons ângulos de entrada (22 graus) e de saída (32 graus) para passar por rampas, valetas e lombadas acentuadas – a frente é alta e tem uma assinatura luminosa refinada, destacando ainda o logotipo cromado e os faróis fumês. Gostei muito do design aerodinâmico, com atitude esportiva, que não lembra um SUV tradicional. A silhueta também é marcante, por conta do teto que parece ‘flutuar’ e das rodas aro 17 cinza fosco, calçadas com pneus mistos 205/55R. Atrás, minha atenção foi para as lanternas com efeito 3D, de belo efeito visual de dia e à noite.
Mecanicamente, ele também me surpreendeu, oferecendo uma condução ágil, equilibrada e segura, mesmo pisando fundo no motor 1.6 de até 122 cavalos, que vem acoplado a um câmbio automático sequencial de 6 marchas. Gostei muito do motor, que é maravilhoso e acelera muito bem, quando é exigido: 0 a 100 km/h em 9,8 segundos e máxima de 193 km/h. Mas não gostei do modo de acionamento do câmbio automático, que não é prático. E como o achei ‘gastão’, passei a usá-lo no modo Eco, só que a tecla tem que sempre ser acionada ao se ligar o carro. Não há como deixá-la permanentemente acionada. Se eu esquecer, o carro volta a consumir muito. Como só fiz uso urbano dele, não tive a oportunidade de testar o sistema Grip Control, para avaliar sua rodagem em terrenos irregulares.
De qualquer forma, a suspensão é muito boa, absorvendo bem as irregularidades do péssimo asfalto da capital paraense e mantendo o interior silencioso, apesar de tudo. E é bom e fácil de manobrar, com uma direção elétrica de primeira. Já os freios a disco ofereciam total segurança numa desaceleração bem rápida, com grande equilíbrio nas paradas. A chave tem sensor de presença e abre a porta do motorista bastando tocar na maçaneta, mas não estava oferecendo a função de fechar as portas automaticamente, ao se afastar dele – uma falha do sistema.
Dentro, ele é muito confortável (são 2,60 metros de distância entreeixos), espaçoso e aconchegante, oferecendo um porta-malas bem amplo (que vai de 320 a 1.170 litros), um painel digital e um multimídia de 7 polegadas fácil de conectar ao smartphone, além de revestimentos e acabamentos suaves ao toque, bem como diversos porta-objetos por todos os cantos.
Só não gostei do ar-condicionado ser comandado pelo multimídia, porque toda hora em que precisava regular a temperatura ou a ventilação, era preciso depois voltar para ativar o som, que não retornava automaticamente. Falando em som, nota 10 para o sistema, com boa distribuição de graves e agudos, oferecendo uma qualidade sonora excepcional.
Agora no quesito Segurança, ele é show, trazendo alerta de saída de faixa de trânsito, detector de fadiga do motorista, frenagem anticolisão, sensor de pressão dos pneus, retrovisor interno antiofuscante e faróis de neblina que melhoram a iluminação nas curvas, entre outros sistemas.
Conclusão: a Citroën acertou muito no C4 Cactus, que tem esportividade, mas oferece altura e segurança de SUV, conciliando qualidades que todo consumidor aprecia: conforto, estabilidade, desempenho (quando exigido), consumo (com a tecla Eco acionada, sempre) e capacidade de enfrentar rampas, lombadas e valetas sem arrastar.