TEST-DRIVE: RAM RAMPAGE REBEL HURRICANE – Uma delícia de picape
Lançada em junho de 2023, a Rampage finalmente chegou para test-drive da imprensa especializada em Belém do Pará, enviada pela Ram do Brasil, através da concessionária Ram Way. Antes tarde do que nunca! Na cor perolizada branco Polar, a picape veio na versão Rebel Hurricane, para impressionar! Algo que conseguiu com folga! Apesar de não chamar mais a atenção (afinal, tem mais de um ano de lançada no mercado), ela ainda se destaca pela imponência, por trazer detalhes também presentes nas picapes maiores 1500, 2500 e 3500.
Medindo 5,02 metros de comprimento, 1,88 metro de largura, 1,78 metro de altura e 2,99 metros de distância entreeixos, a versão Rebel da picape média tem um visual mais fora de estrada, se diferenciando das outras versões pela grade do radiador e pelas rodas aro 17 (calçadas com pneus 235/65R, com banda de rodagem ainda mais fora de estrada que das outras versões), além de ter um acabamento exclusivo nos tons preto e grafite nos parachoques e nas molduras laterais. E gostei da altura dela em relação ao solo (264 mm), pois não precisei de banquinho pra ajudar minha mãe a entrar no banco traseiro – teve um pouco de sufoco, mas ela conseguiu se segurando no apoio de cabeça dianteiro.
Esteticamente, gostei dos retrovisores rebatíveis eletricamente, da ponteira dupla do escapamento e da ideia dos piscas que, quando acionados, se movimentam através dos faróis de ‘dentro para fora’ – algo incomum. Os faróis também inovam ao trazer num mesmo local os fachos baixo e alto. E os faróis de neblina trazem uma função que ‘acompanha’ o girar do volante, pra facilitar ao máximo a visibilidade.
Pra completar, as lanternas trazem embutidas o formato da bandeira dos Estados Unidos (terra natal da Ram), quando estão ligadas.
A caçamba tem capacidade para 750 quilos, iluminação de led e amortecimento pra baixar suavemente, mas não veio com protetor nem com chave para fechar a tampa – apesar dela ter abertura elétrica por botão na chave. Por conta disso, o exterior levou nota 9.
MECÂNICA – Mas foi a dirigindo que me apaixonei e ela levou nota 10! Seu motor americano 2.0 com 4 cilindros em linha e 272 cavalos de potência é o mesmo que equipa o SUV Jeep Wrangler nos Estados Unidos e é uma ‘máquina’ de arrepiar! De nome Hurricane (furacão) 4, ele é exclusivamente a gasolina e todo feito com alumínio, trazendo ainda turbocompressor e injeção direta e vindo acoplado a uma tração 4×4 e a um câmbio automático de 9 velocidades com alavanca em forma de seletor giratório – como na Ram 1500 – e palhetas no volante, se quiser trocar as marchas manualmente.
Resultado? A aceleração é impressionante, mesmo sem usar a tecla Sport, que aumenta ainda mais a emoção ao volante e altera até o visual do painel digital de 10,3 polegadas. Ela chega aos 100 km/h em 7,1 segundos e atinge a velocidade máxima (limitada eletronicamente) de 210 km/h. Falando em segurança, mesmo com toda essa potência, a achei muito segura, a começar pelo sistema de frenagem, com discos ventilados nas 4 rodas. Já a suspensão, além de passar muita segurança (não balança em nenhum momento), ainda é muito confortável, seja na cidade seja na estrada, impressionando pela estabilidade – ela é independente nas 4 rodas, McPherson na frente e multilink atrás.
INTERIOR – A cabine da Ram Rampage Rebel me impressionou em muitas coisas, mas me decepcionou em várias. Gostei do conforto dos bancos, dos 12 ajustes elétricos das poltronas dianteiras, do revestimento de couro preto, da conectividade via Bluetooth (muito boa, quase perfeita) do multimídia de 12,3 polegadas, do acabamento de toque macio, das 6 portas USB e do volante com ajuste de profundidade e altura, além da partida remota com acionamento do ar dualzone e que se mostra perfeita para uma cidade quente como Belém, pois você pode ‘gelar’ a picape antes de entrar, inclusive no banco traseiro. E o som é da marca Harman-Kardon, com 360 watts de potência em 10 alto-falantes, sendo um subwoofer de 6 polegadas.
Mas não gostei do local de acionamento do botão da ignição (não é intuitivo, me fazendo sempre precisar olhar antes, para procurá-lo), do botão de acionamento das luzes externas (podia ter ficado num local mais alto no painel, mais ao alcance das mãos) e do porta-copos do console central, que não comporta corretamente 2 celulares se estiverem com capa, por conta da proteção de borracha que trazem.
E o multimídia apresentou problemas: numa das vezes em que esqueci de desativar o sistema Start-Stop antes de começar a rodar, acabei fazendo isso numa parada de semáforo e o multimídia reiniciou completamente, como se tivesse tido um bug. Também não gostei das teclas dele, que não são fáceis de acionar, sendo preciso centralizar o toque na tecla, para ativá-la. Nota 9!
SEGURANÇA – Repleta de itens de segurança e trazendo 7 airbags (tem até para os joelhos do motorista!), a Ram Rampage Rebel traz muitas tecnologias que ajudam demais, como o monitoramento da pressão dos pneus, o sensor de ponto cego e o alerta de colisão frontal com frenagem automática, além da que ajuda em descida íngreme, como na rampa do shopping Doca Boulevard.
Mas também tem outras que ‘enchem o saco’! Estou falando do alerta de saída de faixa com correção e detector de pedestres, ciclistas e de tráfego traseiro cruzado, que ficava tocando a todo momento numa cidade com trânsito indiano como Belém, onde carros dividem espaço com motos, bicicletas e vendedores em semáforo. Nota 8!
CONCLUSÃO – Se você gostou do que leu e está pensando em comprar uma Ram Rampage Rebel na Ram Way, saiba que ela custa R$ 265 mil na linha 2025 e que tem 3 anos ou 100 mil km de garantia e faz revisões a cada 12 mil km, com preço mais em conta que Ranger, Hilux, S10 e Maverick.
E apesar de parecer completa, ela ainda pode ganhar acessórios como santantônio, capota marítima de lona ou rígida (sendo que esta pode ser elétrica ou manual), tapetes com bordas altas e soleiras metálicas com o logotipo Ram iluminado por leds nas portas dianteiras.
